Com três anos de existência, gestão forte, compliance e todos os balanços auditados por uma big four e um crescimento exponencial, a Weclix, que opera em 50 cidades do interior paulista, já admite a possibilidade de fazer parte de um grupo maior. “Obviamente, em função de nossas condições financeiras e contábeis, já fomos muito assediados e uma fusão agora parece ser um caminho natural”, afirmou Fabrício Kameyama, CEO da Weclix, que participou, nesta quarta-feira, 6, do INOVAtic Sudeste.
Segundo Kameyama, a Weclix já ocupa a terceira posição entre os provedores regionais paulistas, atrás apenas da Desktop e Americanet, sem nenhum fundo de investimento por trás, mas esse ano o cenário está mais difícil. “É um ano que vai dividir os provedores, os que não estão profissionalizados, com boa gestão e controle de custos sofrerão mais que os outros, mas o acredito ainda assim em grandes oportunidades, tanto para o crescimento orgânico como para o inorgânico”, disse.
Kameyama acredita que o crescimento orgânico na região ficará mais difícil. A razão é a extrema competição na região, a existência de até três operadora de grande porte e provedores em muitas cidades. “Enfim, nós temos de quatro a cinco concorrentes de grande qualidade, mas felizmente, pela plataforma criada pela Weclix, continuámos a ser competitivos nesse mercado”,
O ISP surgiu em 2019, em Ribeirão, com um projeto focado na profissionalização do mercado. “Nós tínhamos que chegar com um propósito diferente, tendo em mente a competição já existente no estado”, afirmou. A empresa optou por gestão profissional, governança muito forte e também a parte de compliance muito bem feita, para permitir com que a Weclix tivesse um crescimento exponencial.
– Em 2019, quando começamos nossas operações, 100% baseados no crescimento orgânico, fechamos o ano com 20 mil clientes. No segundo ano, 2020, já pulamos para 70 mil clientes e aí com 10% oriundos de duas aquisições. Em 2021, chegamos a mais de 200 mil clientes, sendo 50% com crescimento orgânico e 50% por meio de aquisições”, disse o executivo.
De acordo com Kameyama, a Weclix nasceu no lucro real e também teve o objetivo de criar uma plataforma que permitisse a empresa ser uma das consolidadoras da região. “Obviamente, não teríamos esse crescimento sem fornecedores de primeira linha, tecnologia de ponta e nível de serviço diferenciado em relação aos nossos concorrentes”, afirma.
Ele afirma que, onde as grandes teles estão, o crescimento orgânico fica mais difícil, mas como os provedores cresceram é porque os nossos serviços são melhores que os das grandes empresas..
Consolidação
O CEO da Weclix disse que, no ano passado, a consolidação foi muito forte, com a participação de fundos de investimento, o que acabou impactando nos players que estão abaixo dessa camada. “Essa corrida sela a consolidação nas camadas mais baixas nos últimos dois anos e, paralelamente a isso, houve uma grande corrida para o crescimento orgânico, capitalizado pela pandemia”, disse.
A combinação desses dois fatores, na opinião de Kameyama, está sendo sentida agora. “Todos nós investimos mais do que estávamos prevendo, porém, aliado a isso, tivemos uma piora dos fatores macroeconômicos, juros, dólar e custos que estão subindo e os custos das bases das operadoras com certeza estão subindo e são difíceis de reduzir no curtíssimo prazo”, afirmou.
Com a antecipação de investimentos, praticamente não existe localidades sem fibra óptica, opina Kameyama. Por conta disso, existe uma pressão da população nas operadoras, alguns meses ela fica em uma, depois volta para a outra, ou seja, existe uma parcela flutuante da população que não é fiel a nenhuma marca. “E isso num ano desafiador acaba todo mundo sofrendo, aumenta o churn e a inadimplência, mesmo que depois volte para a nossa base”, disse.
5G
A Weclix acredita que o 5G vai gerar muitos negócios, sem ser o de conexão à internet ao cliente final. “É uma oportunidade extra de receita, porque a tecnologia não vai funcionar sem uma rede capilarizada de fibra óptica que têm os provedores”, disse.
Padtec
O especialista em marketing da Padtec, Uriel Miranda, apresentou as vantagens de investir em ROADMS nas redes DWDM. Segundo ele, apesar de exigir um desembolso maior no início, esse valor se paga na medida que se amplia a capacidade da rede.
O INOVAtic Sudeste é uma realização do Tele.Síntese e terá continuação nesta quinta-feira, 7, sempre debatendo os temas de maior interesse dos ISPs da região.
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