A WDC Networks quer explorar as necessidades de conectividade e de soluções digitais do setor corporativo. A iniciativa integra o novo posicionamento de mercado da companhia, que visa a colaborar na rentabilização das redes dos provedores de serviços de internet (ISPs).
Na prática, a WDC busca estruturar ofertas B2B ao lado de prestadores de banda larga, tendo em vista que, de um lado, os ISPs carecem de portfólio nesse segmento e, do outro, Pequenas e Médias Empresas (PMEs) não são o principal foco das grandes operadoras.
“Percebemos que o provedor, seja de qualquer tamanho, têm acesso a pequenos e médios negócios que as grandes operadoras não têm. A Embratel é muito boa para atender grandes empresas, mas é difícil atender um supermercado, loja ou escritório. É nesse tipo de serviço que o provedor tem uma ótima oportunidade para sair dessa briga de preço do usuário residencial”, afirma Vanderlei Rigatieri, fundador e CEO da WDC, em entrevista ao Tele.Síntese e Ponto ISP, durante o Encontro Nacional Abrint 2024, na semana passada.
Segundo o executivo, para aumentar as receitas, os provedores precisam incluir serviços de valor adicionado às suas ofertas. Rigatieri ressalta que, em geral, clientes residenciais representam de 90% a 95% da base instalada dos ISPs. Por isso, sugere que a via a ser explorada é o B2B.
Verticais
Para atuar em parceria com ISPs no segmento B2B, a WDC estruturou uma equipe de design center com foco em cinco verticais: educação, varejo, transporte, entretenimento e indústria 4.0. O departamento fica responsável por estudar os mercados, elaborar portfólios adequados e se aproximar de empresas com soluções adicionais.
Nessa cadeia, os provedores atuam como intermediários entre a integradora e as PMEs.
“Poderíamos vender diretamente, mas, para todas essas soluções, você precisa de conectividade e nunca vamos ter a capilaridade para atender centenas de milhares de pequenas empresas como os provedores fazem”, explica Rigatieri. “Então, a nossa ideia é preparar as ofertas e entregar para eles levarem para os assinantes. Assim, é muito mais rápido”, acrescenta.
Nesse tipo de negócio, a WDC também aproveita para crescer com base no modelo tecnologia como um serviço (TaaS, na sigla em inglês), o qual tem ganhado participação na receita da companhia. Na avaliação de Rigatieri, a opção de aluguel pode se sair bem dentro dos negócios de telecom, uma vez que a comercialização de banda larga funciona de forma parecida (paga-se enquanto há um contrato ativo).
Para o CEO, as soluções de segurança cibernética devem puxar as ofertas de B2B dos provedores. Pesquisas apontam que uma das queixas das PMEs é justamente não saber onde adquirir serviços de proteção para suas infraestruturas digitais.
“Em telecom, se eu quiser continuar vendendo fibra óptica para provedor, vou morrer de fome. O foco é dar novos produtos para ele vender para o cliente dele – é o B2B2C. Estamos indo além do nosso cliente direto”, resumiu o executivo.
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