Para voltar ao ar no Brasil nesta terça-feira, 18, a rede social X recorreu ao serviço da empresa norte-americana CloudFlare, uma CDN que utiliza o método de proxy reverso para balancear as cargas dos sites que são seus clientes.
Pelo método, a CloudFlare no Brasil recebe as requisições para acesso ao X e as encaminha a seus servidores em outras partes do mundo. De lá, a requisição ganha a internet e recolhe os dados demandados do X, que são então enviados ao Brasil por meio dos IPs da CDN – fora do alcance do bloqueio judicial ao antigo Twitter determinado pelo STF.
A CloudFlare é um dos principais operadores de CDN e proxy reverso do mundo. À sua rede se conectam outras 12,5 mil redes. A empresa diz garantir um tempo de resposta médio de 50 ms aos clientes. Não há nada de anormal, irregular ou ilegal no modelo, que é explorado por outras empresas e garante um funcionamento mais homogêneo da internet.
Mas a estratégia do X criou um problema para STF e Anatel. Além de o modelo permitir o uso, ainda que parcial, dda rede social, a CloudFlare tem milhares de clientes. Um eventual bloqueio a seu IP pode derrubar uma série de serviços além da rede social.
A fim de evitar um efeito dominó, a Abrint está alertando seus associados para não realizarem nenhum novo bloqueio de IP até a Anatel emitir sua orientação.
“O X fez uma modificação na sua forma de funcionar no Brasil, e a Anatel vai ter que dizer o que fazer. É óbvio que foi feito para burlar o bloqueio”, afirma Basílio Perez, conselheiro da Abrint, associação que reúne provedores de internet.
Segundo ele, como o X não está sendo acessado por seus próprios endereços, o único jeito de bloquear a rede seria impedir acesso ao Cloudfare. “Mas isso pode derrubar vários serviços. O X tem 42 mil IPs espalhados pelo mundo, todos bloqueados aqui, mas o programa dele não fala mais com os próprios IPs”, explica.
E reitera: “Nesse momento, quem está tentando bloquear, não deveria, pois o risco de derrubar outras coisas, um banco, por exemplo, é grande”.
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