A operadora baiana Use Telecom liberou o pagamento via criptomoedas junto a 10 mil clientes de banda larga fixa. Segundo explicou André Costa, CEO da operadora, no evento Digital Money Meeting nesta quarta-feira, 12, o sistema para recebimento foi elaborado pela TGN, outra empresa do grupo responsável pela integração de MVNOs.
A empresa, explicou, fez um piloto em dezembro de 2022 e, diante do resultado positivo, abriu o projeto para um terço de sua base de assinantes de internet fixa já no primeiro trimestre de 2023. Ele diz que mais clientes poderão utilizar o sistema de pagamento em criptomoedas nos próximos meses.
O objetivo da Use Telecom, contou, é oferecer alternativas para assinantes e, ao mesmo tempo, se antecipar a um mercado que, avalia Costa, ainda vai se desenvolver muito. Com o projeto, mais do que alto volume de receita em moedas digitais, ele espera acumular conhecimento na empresa para a criação futura de soluções que envolvam criptomoedas.
“Com o Real Digital, que está em desenvolvimento, esperamos conversar e ter parcerias com instituições para conectar o modelo, hoje focado no atacado, à ponta final”, acrescentou.
O Real Digital, vale destacar, pretende ser uma versão virtual da moeda brasileira. Está em fase piloto e, neste momento, tem uso restrito a 10 bancos, que vão “tokenizar” ativos para realizar transações entre si. Com a versão digital da moeda, espera-se redução de custos para operações financeiras.
No projeto da Use Telecom, da mesma forma que têm opção para pagar via boleto, cartão, débito em conta, PIX, os clientes selecionados podem optar pelo pagamento em criptomoedas. Feito o depósito, o sistema da operadora faz a cotação e conversão imediata da moeda utilizada para USDT, uma moeda digital referência, a fim de confirmar o pagamento.
Os USDTs ficam guardados em carteira própria da operadora até a conversão em reais, que acontece a seu critério e independe da relação com o cliente.
No segundo semestre, a Use Telecom vai iniciar uma campanha para ampliar as vendas dos planos Use Premium, de 1 Gbps, que têm SLA (acordo de nível de serviço) mais alto que outros planos. Para alavancar as vendas, a empresa pretende mostrar como essa conectividade pode resultar em melhorias para quem é minerador de criptomoedas.
“Vamos mostrar que, do mesmo jeito que um cliente pode ter painéis solares e não pagar conta de luz, se minerar moedas poderá até pagar a conta da banda larga”, falou. A Use Telecom opera em 33 cidades com rede própria e em outras 88 cidades a partir da rede neutra da Fibrasil.