Quando arremataram o lote regional da faixa de 3,5 GHz para a região Sul, a Unifique e a Copel, reunidas em consórcio, já apresentavam modelos de negócios e orçamentos distintos. A empresa paranaense do Fundo Bordeaux, iria implantar a rede 5G apenas no seu estado de origem, enquanto a catarinense, levaria a quinta geração para as cidades com até 30 mil habitantes de Santa Catarina e Rio Grande do Sul, onde tem maior presença.
Essa separação foi oficializada na Anatel, como conta o diretor de Mercado da Unifique, Jair Francisco. Segundo ele, os pagamentos e as outorgas serão atos separados, como já estava previsto no edital do leilão. Dos R$ 4,7 milhões do custo da outorga, que serão pagos em 20 parcelas anuais, caberá à operadora de Timbó em torno de R$ 40 mil por mês, sem contar com o resíduo. Já os R$ 69 milhões, serão convertidos em investimentos nas cidades com até 30 mil habitantes e levar fibra óptica em localidades desprovidas dessa infraestrutura.
Nos três estados são 1006 cidades. Mas o que cabe a Unifique são as 295 cidades de Santa Catarina e 497 do Rio Grande do Sul. Porém a obrigação é para 421 gaúchas com até 30 mil habitantes e 247 de Santa Catarina, fazendo um total de 668 municípios a serem atendidos com a rede 5G. O custo disso será em torno de R$ 44 milhões até 2030, que correspondem a 63% dos R$ 69 milhões referentes às obrigações.
– Se cada investimento que eu fizer em uma cidade e obter retorno a ideia é isso se pagar, sem desencaixe negativo”, disse. Por isso, defende a liberação da frequência antes de 2023, data prevista no edital.
Segundo Francisco, a implantação será feita tendo como base na análise de mercado endereçado de rentabilidade, ou onde a operadora pode ganhar mais dinheiro e outra agenda de obrigações do edital. “Todo recurso que eu puder concentrar em uma área que tenha retorno, onde já tenho uma clientela boa ou um público com mais poder aquisitivo, assim será feito”, disse Jair.
No momento, a Unifique está escolhendo os fornecedores dos equipamentos da rede, do core para antecipar as duas agendas. “Ainda estamos tocando isso com cuidado, o assunto é novo para nós e têm várias iniciativas, não é só um fornecedor na cadeia e estamos estudando”, afirmou.
Jair afirma que é um grande defensor de que as novas redes sejam compartilháveis, venham a conversar. “Quanto melhor for integráveis as redes, seremos mais competitivas no futuro”, disse.
Dinheiro não é problema para a Unifique, a operadora tem dinheiro em caixa e pouca alavancagem. Debêntures, empréstimos tudo pode ser lançado mão, sem prejudicar a expansão da operadora, que só este ano adquiriu nove ISPs. “Agora, a empresa mudou de patamar”, disse.
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