Para Gomes, equívocos elevaram em demasia o preço da frequência. Entre eles, a divisão dos lotes por região e a precificação com base na população, além do benchmark com países que têm realidades econômicas bem diferentes do Brasil. Assim, o lote da região Nordeste, que abriga 27% da população do país, foi estimado em R$ 215 milhões, valor que pode ser aumentado, caso a Anatel acate a recomendação da análise técnica do Tribunal de Contas da União (TCU).
Além disso, a comparação com países como os Estados Unidos, que tem um ARPU (receita média por cliente) de US$ 48, enquanto no Brasil não passa de US$ 5, não é coerente, afirma o executivo. “Desse jeito, a conta não fecha, ainda mais que com essa frequência só é possível usar em banda larga”, disse.
A UM Telecom trabalhava com a previsão de custo do lote na casa de R$ 70 milhões, sem contar com os gastos com equipamentos. “Nós ainda não jogamos a toalha, mas reconheço que as possibilidades de participação no leilão estão reduzidas”, enfatizou Gomes.
Também não avançou as tentativas de formação de consórcio que estava em estudo por oito provedores de tamanho semelhante a Um Telecom. Nesse caso, a meta era a compra de um lote na faixa de 3,5 GHz.
Gomes disse que mesmo que desista do lote, a UM Telecom terá uma participação importante na implantação da tecnologia 5G, interligando as antenas das teles à rede de fibra óptica no seu estado. “Este ano, completaremos a conexão dos 184 municípios de Pernambuco”, adiantou.