“Essa modificação da frequência de 26 GHz para gente foi muito positiva, eu bato palmas para a Anatel, o presidente Leonardo [de Morais], o Abraão [Silva], o conselheiro [Emmanoel] Campelo e todo o pessoal lá que tornaram possível a participação das PPPs [Prestadoras de Pequeno Porte], mesmo que seja em consórcio”, disse Gomes. Para ele, a redução do tamanho dos lotes (de 400 para 200 MHz) e até do período de uso (de 20 para 10 anos) diminuíram o preço mínimo do lote do Nordeste a um quarto do que estava previsto, de R$215 milhões para R$ 52 milhões.
Para o executivo, a agência abriu uma oportunidade única para que as PPPs participarem do leilão da faixa de 26 GHz. “Se as empresas querem prosperar, precisa estar dentro do 5G e o edital proporcionou nosso sonho se tornar mais palpável, já que para prosperarmos precisamos estar dentro do 5G”, disse.
Gomes disse que está se movimentando bastante no intuito de fechar o consórcio com mais três ou quatro operadoras do Nordeste. Segundo ele, em consórcio a conta fecha mais rápido, uma vez que o ARPU da região é muito baixo. A banda larga via FWA e Internet das Coisas (IoT, na sigla em inglês) são os focos da operadora, que atende ao mercado corporativo.
-É muito importante a gente conectar coisa, uma erb do 5G vai proporcionar a conexão de mais de 20 mil devices, por isso é fundamental ter essa frequência. E para a banda larga é essencial do mesmo jeito, ter praticamente um backbone de rádio em toda a região Nordeste é imprescindível para que possamos prosperar”, afirmou o CEO da Um Telecom.
De acordo com Gomes, ter telefonia móvel e FWA é um bom plano de negócio pensando no futuro, com soluções completas que a sociedade demanda para cada vez se tornar mais digital. “Nós, PPPs já temos bastante fibra, ou seja, a infraestrutura está quase pronta, é só botar as antenas”, afirmou.
A estimativa da UM Telecom é de que cada antena chegue a R$ 150 mil, mas a formação do consórcio pode compartilhar os custos, inclusive do core da rede. Essas questões vão ser discutida na próxima reunião entre as empresas que estão negociando o consórcio já nessa segunda-feira, 4. “Temos que correr porque o tempo é curto”, disse, lembrando que as propostas precisam ser entregues na Anatel no dia 27 deste mês.
A ideia do consórcio é de levar o 5G onde as grandes operadoras não têm interesse econômico. “Cidades como Salgueiro, Orobó, Ouricuri, que têm o nível de renda muito baixo, sem as PPPs, vão demorar bastante para ter acesso a essa tecnologia”, disse.
Outro mercado que a UM Telecom busca é de rede privativa. Para isso, não precisa adquirir frequência, apenas solicitar a autorização à Anatel. Assim como o uso secundário de espectro, mas nesse caso, ainda aguarda alguma regulamentação. “Ainda falta segurança jurídica nessa área”, disse Gomes.