A operadora de rede neutra Ufinet comunicou nesta sexta-feira, 4, que desistiu do projeto piloto de uso de postes em São Paulo. Iniciado há cerca de dois anos, o projeto foi autorizado pela Aneel e previa a instalação pela empresa de soluções próprias para ampliar a capacidade de fixação de cabos nos postes do bairro do Itaim Bibi.
A iniciativa, no entanto, motivou reclamação da Abrint junto à Anatel e levou à abertura de investigação na agência reguladora de telecomunicações. A alegação dos críticos era que a Ufinet impedia o uso dos postes por provedores que já não fossem seus clientes em outras áreas da cidade.
Na nota divulgada hoje, a Ufinet se defende. Ressalta que o projeto era inovador e buscava analisar a viabilidade de um modelo alternativo à ocupação de postes. Lembra que a infraestrutura implementada seria doada para a Enel, distribuidora de energia sócia da Ufinet. E que os valores do aluguel dos pontos de fixação seriam definidos em conjunto com as operadoras interessadas.
Ressalta que uma vez concluído o piloto, o modelo seria alvo de licitações públicas e poderia, portanto, ser explorado por quaisquer outras empresas de infraestrutura passiva ou detentora de postes.
Mas, diante dos problemas encontrados e à “falta de compreensão” do propósito da iniciativa, a Ufinet decidiu cancelar o projeto. Confira, na íntegra, a nota divulgada pelo grupo nesta manhã:
“A UFINET, operadora neutra de infraestrutura de redes óticas, informa que, no dia 05 de fevereiro, enviou um comunicado às partes envolvidas no Projeto Piloto, dele abdicando. A decisão foi tomada mediante a falta de compreensão quanto ao seu propósito, juntamente com a ausência de apoio e correspondência de associações e órgãos dos quais a companhia presumia o direto interesse e receptibilidade.
Desenvolvido com o principal objetivo de testar uma solução, em benefício das operadoras, para o ordenamento e/ou expansão regularizada de suas redes e serviços, o Projeto Piloto foi apoiado e aprovado pela Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL), e seria totalmente custeado pela UFINET, que doaria a totalidade da rede à concessionária ao final do período.
Além disso, os valores de locação da rede seriam definidos com a coparticipação e contribuição das operadoras e divulgados abertamente, mantendo-se isonômicos em toda a região do projeto. Por fim, ao término dos testes, e havendo adesão por parte das operadoras, o Projeto Piloto serviria como importante estudo de caso para expansão do modelo para áreas muito mais abrangentes, que passariam por processo de licitação, na qual poderiam participar as empresas atuantes neste mercado.
A UFINET, operadora com atuação exclusiva no atacado, aproveita para reforçar que, não obstante esta decisão, permanece com o absoluto interesse em colaborar com operadoras e associações que almejem a melhoria da presente situação de compartilhamento de postes.”
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