Por Douglas Alvarez*
O programa de certificação Wi-Fi6 oficializado em setembro de 2019 pela Wi-Fi Alliance representa um dos avanços mais significativos para o acesso sem fio à internet nos últimos anos e segundo dados divulgados por essa entidade, os dispositivos compatíveis com Wi-Fi 6 devem responder por quase 80% de todas as vendas de equipamentos para conexão a redes sem fio já em 2022.
No ambiente corporativo e com o retorno ao trabalho presencial híbrido durante e pós-pandemia, as organizações terão que se preparar otimizando suas redes corporativas para atender a necessidade de conexão estável de diversos devices com capacidade aumentada de processamento e transferência de dados. O Wi-Fi6 passa a ser uma tecnologia viável para atingir esse objetivo, mas para isso as empresas terão que atualizar sua infraestrutura de redes sem fio para pontos de acesso (APs) que suportem o novo padrão e contemplem a evolução do Wi-Fi da infraestrutura tradicional para o modelo baseado em nuvem.
A disrupção acelerada pela pandemia de muitas tecnologias consolidadas, como o Wi-Fi5, por outro lado abriu uma janela de oportunidades para que os principais players que atuam no ecossistema do novo Wi-Fi6, como os integradores de TI que possuem expertise comprovada, vislumbrassem com interesse e confiança essa abertura para novos negócios.
A volta eminente às atividades presenciais em todo o mundo e principalmente de alguns segmentos, como eventos de negócios, esportivos e de entretenimento revela uma tendência que poderá impulsionar fortemente a adoção do Wi-Fi6 para a preparação de ambientes, como os estádios gigantescos, centros de convenções e arenas para um futuro próximo.
Destaco que o Wi-Fi6 será ofertado com uma camada de serviços agregados em sua estrutura, com inteligência e estatísticas, que ainda estão em estudo, mas que poderão ser implementados por volta de meados de 2022 ou tão logo haja um consenso que as atividades estão voltando ao normal de forma segura.
Outro segmento que deverá ser diretamente impactado pelo Wi-Fi6 será o de Internet das Coisas (IoT). Na previsão do Instituto Gartner, o número de dispositivos conectados de Internet das Coisas chegará a 25 bilhões em 2021, estatística que, de acordo com o Juniper Research, deverá dobrar até 2022, quando mais de 50 bilhões de dispositivos estarão conectados à IoT. O Wi-Fi6 permitirá que esse volume maior de equipamentos possa trabalhar simultaneamente, com velocidade superior e tempo de resposta mais ágil e reduzido quando comparado às soluções tecnológicas utilizadas no momento.
O Wi-Fi as a Service (WFAAS), inclusive na modalidade de serviços cloud-based, também mostra um potencial de crescimento no mundo, como foi confirmado por uma pesquisa da empresa de inteligência de mercado Marketsand Markets que revelou que o Wi-Fi as a Service apresenta uma projeção de crescimento de US$ 3,4 bi em 2020 para US$ 8,4 bi em 2025 a uma taxa anual (CAGR) de 19,8% no período de 2020 a 2025.
As verticais de mercado com potencial de adoção do WFAAS foram segmentadas da seguinte forma: educação, varejo, viagem e hospitalidade, saúde, manufatura, bancos, serviços financeiros e seguros, provedores de serviço, transporte e logística, governo e setor público e outros (mídia e entretenimento, organizações sem fins lucrativos e imóveis). Geograficamente, na América Latina os países que apresentam maior potencial de crescimento para esse modelo de negócios foram: Brasil, México, seguidos dos demais países da região.
O desembarque no país de fornecedores de equipamentos de Wi-Fi6 de alto desempenho, já é um sinal positivo que essa tecnologia deve se tornar padrão de mercado rapidamente para ganho do mundo corporativo e toda a sociedade.
*Diretor comercial do Grupo Binário
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