Startups derrubam tabus para cidades inteligentes


Mas as empresas que participaram do 1 dia do SmartCities Mundi irão dobrar de tamanho. Crédido: Divulgação

Existem perto de 200 startups brasileiras voltadas para as cidades inteligentes, ou seja, prontas para atender as necessidades de melhoria de gestão e de serviços das cidades, mas há desafios e tabus significativos para que possam alcançar esses objetivos. Por essa razão, a maioria delas trabalha com modelo B2B e não B2G, ou seja, diretamente para os governos.

Isso é o que aponta estudo da Distrito, plataforma que congrega as mais diferentes empresas nascentes de tecnologia, o Smart Cities Report 2020. O levantamento também mostra que desde 2010 US$ 300 milhões foram investidos em startups de cidades inteligentes, afirma Eduardo Fuentes, analista de Investimentos do Distrito e criador do Inside Venture Capital Brasil, que participou, nesta segunda-feira, 20, do Smart Citie Mundi, evento promovido pelo Tele.Síntese.

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Gustavo Maia, CEO e co-fundador da Colab, startup que promete aproximar cidadãos de seus governos através de  ferramenta tecnológica, reconhece que os desafios são imensos. Um deles é a legislação pública, que dificulta a contratação de soluções ainda em testes. Ele reconhece que esse cenário está mudando com a aprovação marco legal das Startups, em 2021.

Para Parker Treacy, CEO e co-fundador da Cobli, startup de rastreamento de frota, a complexidade para abrir empreender no Brasil e de ter acesso a dados são os pontos negativos. “Os governos não são capazes de resolver seus problemas de gestão, por isso precisam de criar regras claras para que as startups encontrem as soluções”, disse.

O CEO da Datacities, Narcélio Monte, que trabalha principalmente em projetos de inteligência geográfica, entende que existe uma cultura muito forte no serviço público, que dificulta a assimilação de novas formas de trabalho. “E isso é um desafio para implementar novas soluções”, afirma.

Queixas comuns dos palestrantes dizem respeito a dificuldade de ter acessos aos dados, a interoperabilidade dos sistemas em diversos da administração pública e a perda de informações por falta de organização. “A falta de alinhamento entre os departamentos de um mesmo governo dificulta a construção de soluções”, afirma Treacy.

Apesar dos problemas, as startups estão otimistas em relação ao futuro. Segundo Maia, existem recursos para investimentos de vários fundos, que podem acelerar o desenvolvimento das empresas nascentes. A Colab, por exemplo, quadruplicou sua receita até o momento e prevê mais crescimento, afirma.

A Cobli também tem planos audaciosos, de dobrar o seu pessoal, hoje em 450 pessoas, e atingir 14 mil clientes, além dos seis mil atuais. “Temos orgulho em participar do crescimento de uma organização”, disse.

Monte, da Datacities, também projeta um crescimento exponencial para o próximo ano, com investimentos em gestão e solução para integração de dados. Fuentes, do Distrito, concorda com as projeções otimista, mesmo em um ano difícil para o Brasil.

SmatCities Mundi, evento do Tele.Síntese em parceria com o Fórum das Américas, continua até quarta-feira, 22.

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