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Brasil pode liderar produção de TI para o campo, prevê startup

Monitoramento da lavoura, gestão inteligente do maquinário agrícola e de processos são algumas das facilidades criadas por startups brasileiras para ajudar ao produtor rural. Nesta sexta-feira, 18, quatro dessas empresas inovadoras participaram do pitch promovido no Agrotic 2020.

A FieldPRO, por exemplo, desenvolveu um sensor de alta tecnologia no monitoramento de clima, planta e solo da lavoura. Um único dispositivo possui 17 sensores em níveis diferentes que monitoram ao mesmo tempo a umidade e temperatura do solo e do ar, a salinidade, condutividade elétrica e balanço-hídrico do solo, a evapotranspiração, molhamento foliar e graus-dia da cultura, além da chuva e do vento dos talhões da lavoura.

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Produzido totalmente com tecnologia nacional, o sensor tem custo acessível, em torno de R$ 6 mil e é capaz de cobrir até mil hectares. Segundo a diretora de Marketing da startup, Mariana Vianna, com uma assinatura mensal de R$ 35, o produtor terá acesso ao software que reúne todas as informações captadas pelos sensores e, por mais R$ 35, terá acesso as imagens de satélite de sua fazenda, com facilidade para identificar áreas problemáticas.

Já a Trace Pack tem foco voltado para gestão de maquinário agrícola, minerando informações de tratores, colhedeiras, mesmo aqueles ainda analógicos. Com isso, diz Renan Salvador, da startup, a produtividade aumenta, como a sus segurança, por meio de uma cerca eletrônica.

O principal produto do empreendimento é Trace Machine (Plataforma Trace Forest): Dispositivo embarcado em máquinas florestais (CTL e Fulltree) para mineração e transmissão de dados de produtividade, eficiência, apontamentos online e mensagens entre operador e central de controle. A solução já foi adaptada para plantações e deve avançar para a linha amarela de máquinas, que serve à construção civil.

Liderança no mundo

O CEO da FarmGO, Ricardo Matiello, afirma que a solução da startup é uma plataforma de agricultura digital que reúne em um único lugar as informações do plantio até a colheita. A solução, segundo ele, ajuda a melhorar a performance da lavoura, identificando os pontos de baixa produtividade e auxiliando na tomada de decisões para as ações corretivas.

Matiello disse que a solução foi desenhada depois de ouvir mais de dois mil agricultores para entender as dores deles e a principal delas é a dificuldade de conectividade. Ele sustenta que seu produto é bem completo, incluindo gestão de risco de colheitas, que facilita a obtenção de crédito, com uso de satélite. No seu entendimento, com as soluções que já existem e as que virão, o Brasil se habilita a ser o maior provedor de tecnologia para o campo do mundo.

Luiz Claudio Lima, da Wolk, também trabalha na zona de gestão de processos para a agricultura. O foco da solução é ganhar tempo para o produtor tomar as melhores decisões para o aumento da produtividade da sua lavoura. Redução da ociosidade do maquinário e, consequentemente, o tempo de colheita é um dos subprodutos da plataforma.

Além dos relatórios com todas as informações relevantes para o agricultor, a plataforma é capaz de identificar o retorno do capital investido com a digitalização. Segundo Lima, esse retorno chega a ser de sete vezes mais.

As quatro startups em algum momento foram encubadas na EsalqTec, parceira do Tele.Síntese, na promoção do Agrotic 2020. O evento reuniu os especialistas e empresas do setor, em cinco dias de debates totalmente virtual.

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