“É um grande problema que temos hoje, precisamos de um regramento mais forte. Temos dificuldade grande de fiscalizar, de manter o uso adequado. Sempre cuidamos tão bem dos postes, e agora temos que conviver, não conseguimos regras adequadas, é muita gente, é muito cabo clandestino”, observou Maximiliano Andres Orfali, diretor geral da Copel Distribuição. Ele participou hoje, 9, do evento 5×5 TEC Summit.
Para o executivo, a Aneel precisa desenvolver formas de incentivar as distribuidoras a criar estruturas para gerir o compartilhamento dos postes com as operadoras de telecomunicações e a fiscalizar a passagem dos cabos de rede de forma correta.
MONOPÓLIO EM INFRAESTRUTURA 5G
Caius Vinicius Malagoli, diretor de Engenharia de Manutenção e Padrões do grupo CPFL Energia, considera irracional o que está havendo hoje no setor de telecomunicações. “A concorrência aberta em telecomunicação incentivou a irracionalidade da ocupação dos postes e a forma como essa infraestrutura é montada. A gente vê os postes com fio para tudo que é lado, e às vezes cabe à distribuidora fiscalizar e organizar. O que pra mim, não é parte do nosso negócio”, reclamou.
Segundo Malagoli, a questão é urgente também por conta da 5G, que deve levar as operadoras a pedir espaço nos postes para a instalação de pequenas antenas celulares. “Talvez fosse o caso de haver uma licitação para escolher quem vai explorar essa infraestrutura em caráter de monopólio. Porque o resto seria prestação de serviço, são dados que fluem. E acabaria com essa festa que coloca em risco inclusive o poste, que tem limite de altura. Passa um caminhão e leva tudo, e quem é acionado? A distribuidora de energia elétrica. Esse modelo precisa ser repensado urgentemente, senão vamos chegar a um ponto em que será insolúvel”, vaticinou.
PREÇOS PODEM SER NEGOCIADOS
Muitos clandestinos do setor de telecomunicações reclamam que passam os cabos à revelia das distribuidoras porque estas ou demoram muito para aprovar os projetos técnicos, ou cobram preços muito altos que inviabilizariam seus negócios.
O superintendente de Smart Grids na Neoenergia, Heron Fontana, discorda. “Tem mecanismos e formas de ajustar os preços justos para uso dos postes. Se o 5G vai entrar, se vai usar os postes, então que os operadores que se beneficiam daquela infraestrutura que suportem esse custo, e não os consumidores da energia elétrica. O custo deve ser compartilhado e passado e transferido realmente para os usuários daquele serviço”, avaliou.
O evento 5×5 TEC Summit é organizado pelos portais Tele.Síntese, Convergência Digital, Mobile Time, Teletime e TI Inside, com a proposta de debater a modernização de cinco setores essenciais para a economia brasileira. O evento acontece nesta semana, diariamente, até 11 de dezembro. Amanhã, dia 10, a discussão será sobre finanças. Dia 11, se encerra com uma discussão sobre o impacto da tecnologia na indústria de entretenimento. Inscreva-se gratuitamente. As apresentações passadas, sobre os setores de governo, saúde e eletricidade já estão disponíveis.