A modalidade que mais cresce nesse segmento é a oferta de TV aberta pela internet onde não há transmissão convencional de qualidade. “Essa é uma demanda real porque os consumidores ainda têm maior interesse pelos canais abertos, é uma questão cultural, é o que eles estão acostumados. E, para um projeto de TV aberta por IP, não é preciso muitos recursos”, diz Perez. Assim, vale o investimento em forma de um combo, por exemplo, para tornar as promoções mais atrativas ou se diferenciar da concorrência.
O coordenador comercial da Zapi Service, Enzo Pagotto, concorda que o ISP que já dispõe de rede de fibra óptica pode começar a ofertar a TV aberta como cortesia. Para isso, a primeira providência é saber se na região a ser atendida com o serviço as retransmissoras levam os canais mais desejados pelos clientes, aqueles que detêm 80% da audiência. Fornecedora da solução TV na Fibra, a Zapi tem também uma opção para transmissão por satélite. “Fornecemos uma ou duas antenas parabólicas e equipamentos. Nossos produtos são modulares e escaláveis, indicadas para provedores acima de 1 mil clientes”, diz Pagotto.
Como diferencial, a Zapi inclui, na sua solução, dois canais adicionais: um para comunicação direta, do provedor com clientes ou outros receptores, ou até mesmo para veicular publicidade local; o segundo canal pode ter caráter institucional, veiculando conteúdos locais, como informes do poder público ou de associações da sociedade civil, igrejas.
Pirataria
Um dos grandes entraves para o desenvolvimento do serviço de TV por fibra, na opinião de Oswaldo Zanguetin Filho, diretor de operações da Life, é a questão mercadológica. “A tecnologia está madura, experimentada, testada. A conexão também não é mais problema. O que inviabiliza o serviço, no momento, é a pirataria gigante, inclusive no serviço de vídeo on demand”, denuncia Zanguetin. Ele acrescenta que no caso da transmissão por internet, é possível até identificar as ações de pirataria, mas não se pode bloquear a transmissão porque a rede é neutra.
Outra questão que merece ser considerada, de acordo com Zanguetin, é o modelo tradicional de TV a cabo, com empacotamento “engessado”. “O consumidor é obrigado a levar um conjunto de canais que não assiste, para ter o que deseja. E por isso acaba migrando para outros fornecedores, como Netflix”, aponta. Em sua opinião, é preciso “inovar”, buscar um novo modelo de negócio, até porque começa a haver uma pulverização no fornecimento de conteúdos. “Estamos pesquisando como criar uma plataforma que integre as facilidades necessárias para atender os usuários e driblar as atuais limitações”, diz.