Depois que o CEO da Brisanet previu a redução de ISPs de 15 mil para 5 mil em um mercado mais competitivo, em entrevista ao Tele.Síntese, outros players também apontaram dificuldades nesse setor. O CEO da Brasil TecPar, Gustavo Stock, disse que uma camada de operadores de pequeno porte está sofrendo muito por falta de capacidade de investimentos.
“Está acontecendo algo muito parecido ao que ocorreu em 2003, quando as empresas de internet discada desapareceram”, disse Stock. Ele, entretanto, não vê o mesmo encolhimento radial do mercado previsto por José Roberto Nogueira, da Brisanet.
O CEO da Vispe Capital e da IPv7, Droander Martins, concorda com a redução do mercado em função da concorrência acirrada, mas acredita que as consolidações ainda terão papel importante nessa movimentação. “O crescimento orgânico está cada dia mais difícil e já se nota um aumento de inadimplência no setor por alguns fabricantes e distribuidores neste primeiro trimestre de 2023 até mesmo entre ISPs com ótimo histórico passado de serem bons pagadores”, disse.
Para Martins, as consolidações em curso apresentam uma diferença grande na expectativa de valores entre compradores e vendedores o que tem dificultado muitos M&As. “Além disso o que mais tem impactado os fechamentos são os ISPs que estão com problemas na parte de documentação da infraestrutura física e lógica”, afirma.
Mapa da rede
– O mapa de rede física é fundamental, possibilita que o investidor saiba exatamente o que está comprando, onde essa rede está acomodada a nível de caixas, cabos, PoP(s) e demais elementos de redes ópticas e a partir disto trace estratégias de crescimento dessa nova unidade adquirida, identifique sobreposições e sinergias com seus negócios atuais e tenha segurança que está investindo em algo sólido. Além dos impactos operacionais, bem conhecidos pela maioria, que a falta de um mapa atualizado das redes ópticas pode gerar”, diz Martins.
Segundo e consultor de M&A, infelizmente, muitos ISPs ainda enfrentam desafios significativos relacionados à documentação de suas redes ópticas. Em muitos casos, as informações sobre a rede dependem exclusivamente da memória de técnicos ou proprietários, sem que haja as informações de projetos atualizadas em sistemas de cadastro de documentações. “Essa dependência excessiva de pessoas representa um risco, potencializado quando uma nova gestão assume a empresa”, observa.
Martins ressalta que o tamanho da rede externa e a diferença entre o que está documentado do que está fisicamente implantado impactam diretamente na duração e no custo dos inventários necessários. “Em muitos casos, esses inventários podem levar meses para serem concluídos e exigem investimentos significativos já que a falta de documentação irá resultar em um aumento nos custos de capital (Capex) para os investidores, uma vez que será necessário investir em inventários físicos na infraestrutura da rede”, pontuo.
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