Por Renato Loria*
O Outage Analysis Report diz que, em 2019, 39% das falhas nas infraestruturas de redes causaram perdas financeiras superiores a 100 mil dólares. Em 2022, o número de empresas afetadas subiu para 60%. E se falarmos de perdas superiores a 1 milhão de dólares, esta percentagem subiu de 11%, em 2019, para 15%, em 2022.
Estes números medem apenas o impacto nos cofres das empresas. No entanto, há um efeito colateral que apesar de ser menos mensurável pode ser mais devastador: a reputação e a confiança das organizações, algo que tem impacto direto nos clientes, atuais e potenciais, que privilegiam empresas com provas dadas, casos de sucesso, referenciadas por terceiros. Ou seja, empresas seguras e de confiança.
Uma em cada cinco organizações relatou ter sofrido uma interrupção “grave” ou “muito grave”, que envolveu perdas financeiras significativas, danos à reputação, violações de conformidade, entre outros problemas, nos últimos três anos.
Cada vez mais a sobrevivência de qualquer negócio é dependente de infraestrutura ágil e segura. É ela que assegura uma comunicação eficaz a todos os níveis, o alwayson e a continuidade do negócio, a rapidez de inovação e o desempenho de excelência, e que, também, potencializa a estratégia das empresas e a evolução dos negócios. Todos são pontos cruciais para a competitividade de uma empresa na economia digital.
O rápido crescimento da procura e o subsequente aumento das infraestruturas de tecnologia da informação (TI) aumentaram a complexidade subjacente. Mas o aumento destas falhas não está diretamente ligado ao crescente investimento na área, nem à transição para arquiteturas híbridas e distribuídas. Antes, ao mau planejamento de todo o processo de transformação, de investimento e de implementação.
Ainda que a pressão imposta pela rápida evolução do mercado e pela concorrência agressiva seja grande, as infraestruturas têm de ser pensadas, desenhadas, implementadas e geridas de forma cuidada, personalizada e estratégica. Um processo de transformação digital não pode ser feito às pressas, não precisa esgotar orçamentos e nem colocar em perigo a viabilidade financeira do negócio, não deve ter por base projetos pré-criados que servem a qualquer propósito.
E quem tem orçamentos mais reduzidos? Menos dinheiro não pode nunca comprometer a qualidade, porque os custos associados a uma solução temporária, de baixa qualidade e desajustada podem ser bastante superiores.
O projeto pode ser escalável e ir acompanhando as necessidades e o ritmo da empresa. Ou seja, o dinheiro ajuda, mas não é sinônimo de sucesso. A transformação pode se progressiva, não radical, se for feita com a ajuda de especialistas e com uma estratégia totalmente ajustada a cada caso.
*CTO e Co-Founder da WEDOIT GLOBAL e associado da Assespro-PR/Acate
No Comment