Por Bart Giordano*
Ensino a distância, home office e a realização de eventos pela internet tornaram a infraestrutura de redes mais relevante em 2021 – tendência continuará em alta em 2022, à medida que empresas, escolas e locais públicos como hotéis competem pelo tempo, energia e dinheiro das pessoas. Haverá uma nova ênfase no aprimoramento da experiência do aluno, trabalhador ou hóspede, e muitas delas dependem de acesso e conectividade robustos à rede. Vejamos como essa tendência de aprimorar a experiência por meio de recursos digitais impacta instalações educacionais, escritórios, hotéis e outros ambientes públicos:
Transição para o aprendizado digital na sala de aula
A transição abrangente para o aprendizado digital nas escolas foi acelerada pela pandemia da Covid-19, mas a implementação real de salas de aula híbridas, ensino a distância e currículo digital estão apenas começando a crescer, e devem acelerar seu ritmo. A pandemia forçou muitas instituições de ensino a migrarem para algumas dessas tecnologias antes de estarem realmente prontas (tanto academicamente como em relação à tecnologia), e o resultado é que a experiência deixou a desejar em muitos casos. Agora, essas instituições de ensino estão se movendo para corrigir isso.
A visão ideal é que todas as salas de aula e auditórios acomodem ambientes de aprendizado híbrido que envolvam alunos presenciais e remotos. Elas devem ser equipadas com microfones, câmeras e telas de vídeo para apoiar esse modo de aprendizado, e cada aluno terá um dispositivo digital (tablet ou notebook, por exemplo). Além dos equipamentos, há o desafio de construir a infraestrutura de rede para dar suporte a essa visão. De importância crítica em toda essa tendência de aumento do aprendizado digital é a questão de como pagar por isso. O aprendizado em casa está em alta e abordar questões de equidade digital se tornará um fator maior em 2022. Afinal, equipamentos e infraestrutura demandam investimento e financiamento (público ou privado).
Muitos alunos têm emprego e outros compromissos diários, e o aprendizado flexível com aulas gravadas é uma boa maneira de atrair esses alunos. Para vencer nesse cenário, as universidades estão se concentrando em programas de aprendizado flexível e tentando atrair e reter estudantes oferecendo uma experiência de campus centrada no aluno. Em vez de construir mais prédios ou contratar funcionários, as faculdades estão investindo em e-learning que, na verdade, oferece uma experiência cada vez mais semelhante à oferecida nas aulas presenciais. Além disso, os cursos online estão se tornando mais competitivos em termos de preços.
Dentro de cada prédio, vemos um movimento em direção a redes convergentes, à medida que redes de aprendizado digital, soluções celulares in-building, switching, estrutura de cabeamento e sistemas de IoT se unem e forçam os departamentos de TI e tecnologia operacional (OT) a colaborar como nunca. Os sistemas de automação nos prédios para ar-condicionado, iluminação, detectores de incêndio e fechaduras eletrônicas estão migrando para redes IP, o que impulsiona a convergência. Algumas instalações irão convergir para redes para maior eficiência, enquanto outras continuarão a manter redes isoladas para controle.
Arenas para atrair visitantes e trabalhadores
Para os grandes espaços públicos, o desafio é aumentar as ativações – o número de vezes que uma instalação é utilizada para eventos não esportivos, como concertos e shows. Com a TV cada vez maior e os sofás cada vez mais confortáveis, os locais públicos precisam enriquecer a experiência no local e atrair os visitantes em um cenário de pós-pandemia. Para isso, alguns locais estão expandindo seu escopo de instalações de uso misto. É o caso, por exemplo, do Honda Center, em Orange County, na Califórnia, que incorporou um centro de entretenimento com restaurantes, lojas e atividades para crianças ao redor do estádio. Além disso, os locais públicos se esforçarão para enriquecer as experiências dos visitantes, aumentando a conveniência com serviços como terminais de ingressos que dispensam o toque, informações online sobre filas em lanchonetes ou banheiros e triagem automatizada de temperatura. E é claro que a conectividade de rede está por trás de tudo isso, com a disseminação de redes Wi-Fi.
O escritório evolui
Forçados a trabalhar em casa, muitos trabalhadores descobriram que gostam mais do home office do que se deslocar todos os dias. E as empresas estão incorporando esses estilos de trabalho para obter mais produtividade e custos mais baixos, reavaliando seus investimentos em novos imóveis ou reconfigurando o espaço de escritório existente. A ideia é tornar seus escritórios mais atraentes para os trabalhadores com novas comodidades, como academias de ginástica e creches no local.
As companhias também estão escolhendo locais mais atraentes e fáceis de chegar e trabalhando para entender exatamente quem está usando o escritório. Os empregadores precisam saber como as pessoas estão usando os edifícios para determinar quais espaços são (ou não) usados, para que possam realocar quando necessário. Novos escritórios serão reconfiguráveis para acomodar mudanças nas preferências dos funcionários. O objetivo geral é que as empresas obtenham um melhor ROI em investimentos imobiliários, bem como dar aos funcionários remotos motivos para se reunirem periodicamente conforme necessário.
Mesmo em um mundo cada vez mais remoto, no entanto, é uma reação exagerada para as empresas abolir completamente os imóveis físicos para seus funcionários, pois os escritórios são vitais para criar e manter a cultura de uma empresa – mesmo que seu uso seja diferente do que no passado.
Hotéis focados na experiência do hóspede
O trabalho remoto diminuiu as viagens de negócios, então os hotéis estão procurando novas maneiras de tornar suas instalações mais atraentes para os hóspedes. Eles também estão competindo com locais públicos para reuniões. Para conquistar negócios, os hotéis estão implantando sistemas Wi-Fi mais rápidos e abrangentes, subsidiando a conectividade e adicionando ativos digitais como TVs de tela grande para atrair eventos.
Além disso, os hotéis trabalham para se tornarem mais eficientes por meio da tecnologia. As fechaduras eletrônicas das portas agora são comuns, e as grandes redes já têm sistemas de telefonia IP que oferecem reservas de serviço de quarto online, serviços de concierge e outras comodidades. A Internet para hóspedes e os sistemas de suporte para hotéis estão convergindo para redes IP para maior eficiência à medida que os hotéis migram para a nuvem para serviços e aplicações aos hóspedes. Há também um maior interesse em segurança, com hotéis adotando SD-WANs para ajudar a evitar a ação de hackers.
Tudo isso ajuda as grandes cadeias de hotéis a competir pela fidelidade à marca e proteger seus investimentos ao longo do tempo. Quanto à infraestrutura, os hotéis estão procurando operadoras móveis para dimensionar suas redes macro enquanto aproveitam o Wi-Fi para conectividade interna. E vários grandes hotéis já estão de olho no Wi-Fi 7.
O ano de 2022 terá um refinamento das tendências que nasceram na pandemia. Instituições educacionais, locais públicos, escritórios e hotéis precisarão de redes com e sem fio mais rápidas e robustas para apoiar suas várias iniciativas, o que deve gerar um progresso real em relação à renovação das redes este ano.
*Bart Giordano é vice-presidente para a área de produtos RUCKUS na CommScope
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