Os custos da implantação do serviço de telefonia móvel seguem impactando os resultados da Brisanet, de acordo com balanço financeiro divulgado nesta quarta-feira, 13. O lucro líquido da operadora nordestina teve queda de 49% no terceiro trimestre, na comparação com o mesmo período do ano anterior, para R$ 15,9 milhões.
A empresa informou que os custos com serviços prestados, puxados pela operação do serviço móvel, somaram R$ 213 milhões entre julho e setembro, avançando 27,5% ante o mesmo intervalo do ano passado. Além disso, as despesas operacionais tiveram alta de 19% na mesma base de comparação, totalizando R$ 107,5 milhões.
O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (EBITDA) cresceu 9,7% no terceiro trimestre, ante o mesmo período de 2023, para R$ 149,5 milhões. Ainda assim, a Brisanet destacou que o indicador “foi impactado pelos custos e despesas relacionados ao negócio móvel ainda sem o correspondente aumento nas receitas”.
Entre o terceiro trimestre de 2023 e o deste ano, a margem caiu 3 pontos percentuais, ficando em 41%.
A operadora salientou que, nos últimos 12 meses, contratou mais de 1 mil empregados – atualmente, conta com mais de 8,5 mil funcionários – e estendeu a cobertura 4G e 5G para uma área onde vivem pouco mais de 9 milhões de habitantes.
“Seguindo o modelo de crescimento orgânico, que consideramos ser o mais eficaz, seguimos focados em expandir nossas operações e ativos para atender à demanda futura. Isso implica um aumento inicial nos custos e despesas. Uma parte significativa destes é de natureza fixa e, à medida que conquistamos novos clientes e expandimos nossa base de receita, conseguimos gradualmente capitalizar essa alavancagem operacional”, indica a empresa.
Receita em alta
A receita operacional líquida alcançou R$ 364,7 milhões no terceiro trimestre, avançando 17% na comparação anual. Em termos brutos, a receita do serviço de banda larga fixa cresceu 11,2%, avançando em dois dígitos tanto no B2C (+10,9%) quanto no B2B (+13,5%).
No segmento residencial, a receita média por usuário (ARPU, na sigla em inglês) teve alta de 1,8%, chegando a R$ 89,02.
A Brisanet também atribui a alta das receitas à ampliação da base de assinantes. No terceiro trimestre, a empresa adquiriu 40,2 mil clientes, dos quais cerca de 3 mil com conexão via FWA, tecnologia que usa a rede 5G como internet fixa.
A empresa adiantou que, em outubro, teve o incremento de 13,9 mil clientes à base de banda larga, sendo 10,1 mil em fibra e 3,7 mil em FWA.
As casas passadas – isto é, residências que podem contratar o serviço de banda larga fixa via fibra óptica – chegaram a 7,06 milhões no terceiro trimestre, alta anual de 2%. A rede está disponível em 158 cidades do Nordeste.
O churn (taxa de cancelamento) no intervalo de julho a setembro ficou praticamente estável ao visto no mesmo período do ano passado, em 2,29%.
Base móvel
No caso do serviço celular, a Brisanet terminou setembro com 222,8 mil usuários. No terceiro trimestre, a base foi ampliada em 94,4 mil assinantes. Em outubro, mais 32 mil chips foram vendidos, com a carteira de clientes móveis chegando a 254,9 mil. A infraestrutura da rede celular está ativa em 200 cidades.