Como as demais operadoras, começou a cobertura pelas principais capitais, mas diferentemente delas está cobrindo também algumas cidades pequenas em estados como Mato Grosso. “Estamos fazendo um trial em Nova Mutum”, conta Alexandre Silva Reis, diretor de operações da empresa, que tem sede no Rio de Janeiro. De acordo com ele, se o trial for bem-sucedido, a ideia é cobrir todo o estado de Mato Grosso, onde o agronegócio tem peso importante na economia.
O agronegócio está entre as cinco verticais escolhidas pela WND para atuar no país, ao lado de transporte, logística, segurança e smart cities. Embora a rede para IoT possa ser usada para conectar qualquer tipo de aplicação, essas verticais são as mais promissoras em termos de negócios, segundo os levantamentos realizados pela empresa.
De acordo com Reis, a WND é a responsável por prover a conectividade a baixo custo por byte – de US$ 0,50 a US$ 7 por ano por dispositivo. Mas são os seus canais – operadoras e provedores de acesso à internet, entre outros – que serão responsáveis por chegar ao cliente final, com a aplicação (e o hardware e software integrados a ela).
Viabilidade
A tecnologia da Sigfox tornou-se vitoriosa no mundo da interconexão das coisas, pois foi desenvolvida levando em conta as barreiras que tornavam a rede celular tradicional inviável, do ponto de vista de custo, para esse tipo de aplicação. Usa frequência livre que, além de ser de graça, é harmonizada em todo o mundo em duas faixas (as Américas usam a faixa de 902 a 928 MHz); tem um device barato pois as informações a serem transmitidas são de poucos bytes e exigem pouco processamento; e tem baixo consumo de energia (bateria).
Com preço imbatível frente às operadoras celulares que estão interligando as coisas com tecnologia GPRS – US$ 7 ao ano por device pela conectividade, na modalidade mais cara, versus US$ 2 a US$ 3 por mês –, a WND diz que há espaço sim para as operadoras no mercado de IoT. “Temos atuações complementares”, explica. E diz que a tecnologia Sigfox é imbatível para interligar aplicações que geram poucos bytes, mas não é adequada para aplicações online ou muito sofisticados, que demanda muito processamento e um device muito mais inteligente. É aí que entram as operadoras.
Como exemplo, cita o casa de um hospital. Lá, a tecnologia da Sigfox pode monitorar as macas, mas não pode atuar em aplicações mais sofisticadas. Outro exemplo: um device em um paciente, que precisa mandar informação uma vez por dia de seu nível de glicemia, pode ser conectado pela rede da Sigfox. Mas se seu estado de saúde exigir monitoramento online, uma aplicação mais sofisticada, a rede tem que ser da operadora móvel.
Tanto as operações são complementares que a WND tem buscado operadoras e provedores de internet para atuarem como seus canais. A Sigfox já tem um acordo em nível mundial com a Telefônica – “vamos implementar este acordo no Brasil e no México”, diz Reis – e a WND já conversou com vários ISPs de diferentes regiões do país.
Expansão
A WDN deve inaugurar sua operação comercial no México quase que ao mesmo tempo à do Brasil. Também está montando rede na Argentina e Colômbia. E já está no seu planejamento chegar, ainda este ano, ao Chile, Peru, Paraguai, Uruguai e à Costa Rica.
A operadora da tecnologia Sigfox foi criada no início de 2016, por três sócios: o inglês Cris Batailard, que trabalhou com telefonia móvel na Romênia mas tem sua expertise em finanças; o português Alexandre Silva Reis, que sempre atuou na área de telecom, expecialmente de telefonia móvel; e o brasileiro Francisco Cavalcanti, da área de radiodifusão.