A competitividade das plataformas de streaming nos Estados Unidos e Canadá (UCAN, na sigla em inglês) tem se intensificado de maneira significativa, refletindo um mercado em constante evolução e adaptação. Nos últimos anos, gigantes como Netflix, Amazon Prime Video e Disney+ têm disputado a atenção dos consumidores, cada um oferecendo conteúdos exclusivos e estratégias inovadoras para atrair e manter assinantes. A entrada de novos players adicionou mais dinamismo e aumentou a pressão para que as empresas tradicionais do setor se reinventem.
Para o mercado de telecomunicações, essa batalha pelo domínio do streaming traz oportunidades e desafios. Operadoras de telecomunicações têm explorado parcerias estratégicas com plataformas de streaming para oferecer pacotes atrativos que combinem serviços de internet e entretenimento. Essa sinergia não apenas fortalece a fidelidade do cliente, mas também impulsiona a demanda por infraestrutura de rede mais robusta, essencial para suportar o consumo massivo de dados gerado pelo streaming de alta qualidade.
Streaming x não usuários
De acordo com dados da BB Media, empresa de ciência de dados especializada em mídia e entretenimento, durante o quarto trimestre de 2023, 86% dos lares consumiram conteúdos online, enquanto 9% nunca consumiram e 5% não o fizeram nos últimos três meses. Entenda abaixo, quais são os motivos alegados por quem não acompanha conteúdos online.
Os não usuários de OTTs são pessoas que não utilizam serviços de streaming ou plataformas que fornecem conteúdo diretamente pela internet, sem a necessidade de assinaturas de TV a cabo ou satélite. De acordo com a análise da BB Media, o principal motivo – com 24,7 pontos percentuais de diferença para o segundo colocado – é que consideram que assistir à televisão é suficiente (48%).
No entanto, 23,1% das pessoas que não utilizam OTTs responderam que “apenas” não gostam de assistir conteúdos online. Em seguidas foram registradas respostas envolvendo a vida financeira: que se dividem em “gostaria, mas acho muito caro” (16,7%) e “estou em uma situação financeira complicada” (17,5%).
Cancelamento de assinaturas
A pesquisa também analisou os clientes que consomem conteúdos online mas, por algum motivo, cancelaram suas assinaturas em plataformas digitais. Segundo a BB Media, o fator econômico pesou na decisão da maioria desses usuários. Por exemplo, entre os clientes que cancelaram a MAX, nos EUA, 51% tomou essa decisão por achar os preços do serviço elevados.
Outras plataformas também sentiram cancelamentos pelo mesmo motivos, como: Disney+ (29%), Netflix (45%) e Prime Video (33%), entre outros. Contudo, esse não é o único motivo que faz os clientes repensarem nas assinaturas. Outros motivos pelos quais os usuários cancelam as plataformas analisadas são: a mudança para outra plataforma, cortes de gastos devido à situação financeira e uma percepção de declínio na qualidade dos filmes e séries oferecidos.
Comerciais
Diante desse cenário, as plataformas de streaming buscaram uma alternativa para mitigar o número de cancelamentos. Assim, elas decidiram introduzir os planos ASVOD (Ad-Supported Video on Demand). Diversas plataformas norte-americanas passaram a incluir comerciais durante seus filmes e séries. Com isso, passaram a oferecer pacotes mais baratos com a ideia de não perder clientes.
Uma decisão que pode ser vista como polêmica, mas, segundo dados da pesquisa do BB Media, está de acordo com a opinião dos consumidores. Visto que 66% dos norte-americanos usuários de streaming preferem um plano mais acessível financeiramente com publicidades. Isso, contra os outros 34% que estão dispostos a assinar um plano mais caro, sem as propagandas.
Contudo, pensando nos 47,8% de não usuários que afirmaram que o consumo de televisão é o suficiente, algumas plataformas passaram a investir em canais de live-streaming. Uma estratégia pensada pelas plataformas para atrair esse público e manter sua participação no mercado. Plex, Roku Channel, Samsung TV Plus, Amazon Freevee, Fubo TV e Pluto TV são alguns dos canais lineares lançados.