Ponto ISP

Ondas milimétricas 5G trarão novas oportunidades de negócios para ISPs, prevê Abrint

A chegada da tecnologia 5G vai favorecer o desenvolvimento de novos negócios para os provedores regionais. E não será apenas a oferta de backhaul para as operadoras móveis, nichos poderão ser explorados pelos ISPs principalmente com o uso das ondas milimétricas que deverão acompanhar a quinta geração.

Na avaliação de Basílio Perez, presidente da Abrint, por serem mais altas — acima de 6 GHZ — as ondas milimétricas oferecem um desafio para a cobertura em grande escala, já que a cobertura é mais restrita, atingindo a distância de dois quilômetros e com esforço que vem sendo feito chegar a sete quilômetros.

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Mas essa distância, para o executivo, é perfeita para cobrir áreas menores, como pequenos municípios, mas principalmente alguns prédios, como shoppings, locais de grande concentração, aeroportos ou fábricas.”As ondas milimétricas oferecerão um transporte de dados elevados, mas tem a dificuldade de abrangência e visada. Será muita banda para locais bem próximos, podendo operar como um super Wi-Fi”, afirmou.

Justamente por essa oportunidade de explorar novos mercados pelos ISPs que Perez tem se posicionado contra a renovação automática das licenças das operadoras móveis previstas no PLC 79. “Esse é um recurso que bloqueia as entrantes, inibe a competição”, observou.

Crescimento 2019 

O executivo está otimista quanto ao desempenho do mercado de provedores regionais em 2019 e prevê que a expansão deverá se manter na faixa de 20% a 25%, repetindo a performance deste ano. Ele também está ciente de que a competição por parte das operadoras deverá aumentar no próximo ano. “Depois de três anos paralisadas aguardando TACs e PLs que não vieram, elas serão mais agressivas na expansão da banda larga. Isso pode afetar um ou outro provedor, mas elas não terão braços suficientes pois os ISPs estão espalhados em todo o país”, ressaltou.

Perez também está otimista quanto à oferta de dutos, um dos instrumentos previstos no PGMC (Programa de Metas e Competição). Apesar de todas as dificuldades relativas ao compartilhamento de postes — que não foram resolvidas até agora — o presidente da Abrint prevê um comportamento diferentes no compartilhamento de dutos.

“Está prevista uma equivalência no aluguel de dutos por quilômetros semelhante ao valor de referência dos postes. Já temos caso de operadoras que vêm definindo com bastante coerência esses valores e se antes os  preços podiam chegar a cerca de R$ 57 mil, agora estão na faixa de R$ 170,00”. Na sua avaliação, isso vai favorecer bastante a expansão dos provedores regionais.

O executivo também prevê que o processo de consolidação do mercado deverá se acirrar em 2019. Mas além dos fundos de investimentos que já estão presentes nessa área, ele também ressaltou que parte desse processo se dará também com associações e compras de ISPs pelos próprios provedores. “Isso já vem acontecendo”, disse.

No próximo ano, a própria Abrint terá novidades na sua organização. A entidade está em fase final de contratação de um diretor executivo que cuidará das questões operacionais da entidade e ficará locado em Brasília.

 

 

 

 

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