A Enel apresentou nova proposta para os ISPs do Ceará para cobrança de instalação de equipamentos nos postes da concessionária. Desta vez, a elétrica propôs a possibilidade do fator de multiplicação fixo, de duas vezes o valor por ponto na cobrança de equipamentos para todos os contratos, independentemente da quantidade de caixas. Novamente a proposta foi rechaçada pela comissão técnica, formada por representantes da Abrint, Abramulti e Uniproce.
O problema é que mesmo com a proposta atual, mesmo que avance em relação à anterior, o valor praticamente dobra do que é pago hoje com compartilhamento dos postes. A maioria dos provedores que atende no varejo tem cerca de 80% dos postes locados ocupados com CTOs.
Na proposta anterior, a distribuidora ofereceu que o multiplicador da taxa seja proporcional ao número de equipamentos instalados por poste, reduzindo o valor para os provedores que possuem mais caixas. Para os provedores, essa proposta sé beneficiaria as grandes empresas, que alugam uma quantidade maior de postes.
“O multiplicador, mesmo que limitado de 1 a 4, ainda traria um forte aumento de custos”, disse Elgton Lucena, CEO da Link Cariri. Segundo ele, as entidades e profissionais do setor aprofundará os estudos para elaborar uma nova resposta e encaminhar para a concessionária.
Custos altos
Em fevereiro deste ano, a Enel Ceará comunicou aos provedores de internet do Estado que a partir de março passará a cobrar uma taxa mensal relativa aos equipamentos instalados nos postes de energia. O valor previsto era de seis vezes mais que o cobrado por ponto de fixação em poste.
De acordo com levantamento das entidades, o valor médio a ser pago para a maioria dos provedores locais por Caixa de Terminação Óptica (CTO), ou seja, as “caixas” acopladas nos postes que permitem o fornecimento e gerenciamento da rede, será de cerca de R$ 69,24 por mês.
Simulando a cobrança sobre a situação real de uma empresa do estado que possui 8,5 mil clientes e 2,6 mil CTOs, o custo operacional com o pagamento da taxa deve subir R$ 180 mil. Ainda de acordo com o levantamento, com um ticket médio de R$ 75 por cliente, o valor a mais a ser destinado à Enel representaria 28,23% da receita bruta da empresa.