Rafael Bucco, do Tele.Síntese
O IX.br vai cobrar uma taxa para conexão em seus pontos de troca de tráfego. A medida tem como intuito garantir a sustentabilidade dos PTTs. Este locais são usados por provedores de acessos para trocar dados com redes nacionais e internacionais. Existem no Brasil 26 PTTs da entidade em funcionamento, mas a cobrança vai começar por aqueles situados nas cidades de São Paulo e Rio de Janeiro.
O valor da taxa ainda está em debate. O IX.br, braço do NIC.br para a gestão dos pontos, está recebendo sugestões sobre como aplicar as regras de cobrança. A proposta inicial prevê pagamento mensal de R$ 115 por porta de 1G. Para porta 10G, R$ 690. E para 100G, R$ 5.520. Em todos os casos a contratação mínima seria de seis meses.
A cobrança terá início em 1º de julho de 2017. Há intenção de que todos os PTTs adotem a taxa a partir do momento que tenham um tráfego igual ou superior a 100 Gbps.
O NIC.br continuará a pagar a maior parcela dos custos dos pontos de interconexão. O motivo para a cobrança está na dificuldade de manter o Capex crescente em meio ao valor atual do câmbio. Atualmente os PTTs consomem cerca de R$ 20 milhões por ano em investimentos de expansão, e tem custos de operação de R$ 5,75 milhões. A receita do NIC.br é de cerca de R$ 120 milhões.
O crescimento do volume de dados usados em certos PTTs também influenciou a decisão. O IX de São Paulo, por exemplo, apresentou crescimento de 14x na média de tráfego desde 2012, atingindo o pico de 1,54 Tbps este ano. Em comparação, a quantidade de pedidos de registro de domínios cresceu dez vezes menos, “apenas” 1,4x.
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