Por que um provedor Internet deve ter seu próprio bloco IP e número de Sistema Autônomo? Para responder de forma clara a essa, entre outras dezenas de questões pertinentes ao universo dos provedores, o Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto BR (NIC.br) lançou hoje (11/12) a publicação “Endereços IP e ASNs – Alocação para Provedores Internet”, primeiro de uma série de Fascículos sobre a Infraestrutura da Internet.
Em formato de “perguntas e respostas”, a publicação explica conceitos importantes sobre o que são os endereços IP e os Números de Sistemas Autônomos (ASNs, do inglês Autonomous System Numbers). Além disso, os provedores encontram informações sobre como é o processo para obtenção do ASN, quais são os documentos exigidos, qual a sua importância e quais os custos associados, entre outras questões.
“Existe uma demanda permanente de informações sobre o assunto e há também um número expressivo de provedores Internet em operação no Brasil que ainda não são Sistemas Autônomos. Historicamente, muitos começam a operar em condições não ideais, por vezes de maneira informal e improvisada. Para continuar competindo, crescendo e evoluindo, em um mercado que amadurece rápida e continuamente, é imprescindível que trabalhem de forma profissional. Do ponto de vista técnico, isso significa: tornarem-se Sistemas Autônomos e melhorarem sua interligação com o restante da Internet”, observou Antonio M. Moreiras, gerente de projetos e desenvolvimento do NIC.br e coautor da publicação.
“O fascículo busca não só atender à carência de informações, mas também alertar que o processo para alocação de ASNs e blocos IP existe, é fácil, e não é necessário ‘contratar um consultor’, pois pode ser feito diretamente pelo pessoal técnico e administrativo do próprio provedor Internet”, completou Ricardo Patara, gerente de recursos de numeração do NIC.br e também coautor da publicação.
Para ele, esse tema ganha uma relevância ainda maior frente ao cenário de esgotamento do IPv4. “O endereço IPv4 ainda é importante, e aqueles que não tem nenhuma alocação direta e possuem condições que justifiquem uma alocação, não podem esperar muito, pois os endereços IPv4 vão acabar”, comentou.
Vantagens para ASNs
O fascículo explica que um provedor Internet que é um Sistema Autônomo tem vários fornecedores de trânsito diferentes, melhorando sua redundância, dado que pode trocar o fornecedor de trânsito, sem ter que se preocupar com o tamanho do bloco que o novo fornecedor vai oferecer, ou em renumerar os servidores e outros dispositivos em sua rede.
Pode, ainda, realizar acordos de troca de tráfego (em inglês, peering) com outros Sistemas Autônomos e participar de Pontos de Troca de Tráfego Internet (PTTs) ou, em inglês, Internet Exchanges (IXs ou IXPs). Entre os benefícios diretos, estão maior controle da sua rede e como ela está interligada às demais redes da Internet, a possibilidade de melhorar sua conectividade e a percepção de qualidade para seus usuários.
Já os provedores Internet que já são Sistemas Autônomos encontram no fascículo do NIC.br informações sobre como é feita a distribuição e a recuperação de blocos IP, quais são as políticas que regem essa distribuição, e também como participar do processo de definição de suas regras, entre outros assuntos.
A publicação “Endereços IP e ASNs – Alocação para Provedores Internet” está disponível gratuitamente para download no endereço: https://nic.br/publicacao/fasciculos-sobre-a-infraestrutura-da-internet-enderecos-ip-e-asns-alocacao-para-provedores-internet/.
O lançamento do fascículo aconteceu durante o IX Fórum 12 – Encontro dos Sistemas Autônomos da Internet no Brasil, que reúne engenheiros, administradores de redes, analistas de segurança, gestores de TI, estudantes, empresários do setor, entre demais interessados em debates sobre a troca de tráfego Internet, no âmbito nacional e internacional, bem como aspectos técnicos envolvendo o uso de novas tecnologias. O evento integra a programação da VIII Semana da Infraestrutura da Internet no Brasil, realizada pelo NIC.br de 10 a 14 de dezembro.
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