Centenas de sistemas autônomos conectados ao IX.br (Brasil Internet Exchange) de São Paulo podem utilizar, a partir desta segunda-feira (13), a Communities BGP (Border Gateway Protocol) para configurar e ajustar a troca de tráfego com outros participantes. Essa ferramenta de engenharia de redes foi implementada exclusivamente nos servidores de rotas do IX.br em São Paulo a partir de amplo diálogo com a comunidade. Os detalhes de como os sistemas autônomos (AS) podem adotar as communities são descritos em documento e vídeos disponíveis no endereço: http://ix.br/documentacao.
“O NIC.br trabalha continuamente para atender as solicitações dos sistemas autônomos e fazer com que a estrutura do IX.br seja a mais neutra possível. Essa funcionalidade garante que as políticas BGP de cada AS funcionem no IX.br de forma transparente. É uma ferramenta que opera no servidor de rotas, atendendo ao princípio de neutralidade do ponto de troca de tráfego Internet e facilitando as decisões de roteamento de cada sistema autônomo”, ressalta Milton Kashiwakura, diretor de Projetos Especiais e de Desenvolvimento do NIC.br.
As communities são uma tecnologia bastante conhecida e amplamente usada na Internet. Na prática, elas permitem que os participantes do IX.br tenham independência e agilidade para fazer configurações e ajustes de roteamento e filtros quando necessário, em vez de solicitar que os mesmos sejam configurados manualmente pela equipe do IX.br. A qualidade dos filtros oferecidos também foi aprimorada, está mais específica e granular.
“Podemos pensar numa situação muito comum, de um participante que compra trânsito Internet de determinado provedor, também conectado ao IX.br. Esse participante tem dois caminhos para chegar a uma terceira rede: pelo circuito de trânsito contratado, ou pelo IX.br. Nesse cenário algumas questões precisam ser levadas em conta, como assimetria de tráfego e cobrança. Esse é o tipo de situação que requer na prática a aplicação de filtros e que passa a ser resolvida de forma autônoma pelos participantes, por meio das communities”, explica Antonio M. Moreiras, gerente de Projetos e Desenvolvimento do NIC.br.
A ferramenta foi adotada pelo NIC.br a partir de amplo debate com a comunidade técnica em listas de discussões (como do Grupo de Trabalho de Engenharia e Operação de Redes – GTER), em diálogo com associações de provedores e encontros, a exemplo da 6ª Semana de Infraestrutura da Internet no Brasil, que promoveu tutoriais sobre o tema. O NIC.br recebeu sugestões que foram incorporadas à proposta do documento. “Chegou-se ao consenso de quais funcionalidades das communities são as mais adequadas e deveriam ser implantadas”, reforça Milton Kashiwakura. A implantação teve início em São Paulo e também será realizada nas demais 25 localidades do IX.br.
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