Com quase um Terabit por segundo de sua capacidade no cabo submarino Monet já comercializada ou comprometida com futuros clientes, a Angola Cables, sócia do empreendimento que interconecta Miami, nos Estados Unidos, a Santos, em São Paulo, lança oficialmente amanhã sua operação comercial no Brasil, durante o Futurecom 2017. De acordo com Artur Mendes, diretor Comercial e de Marketing da empresa angolana, os primeiros clientes brasileiros do Monet devem ser ativados até o final deste mês. São operadoras, provedores regionais e redes acadêmicas.
O cabo submarino Monet foi construído em parceria entre Algar Telecom, Google e Antel do Uruguai. O cabo tem 10.556 km de extensão, seis pares de fibras e capacidade total de 60 Tbps. Nos Estados Unidos, interconecta-se ao data center Equinix MI3 International Business Exchange(IBX®), na área metropolitana de Miami. No Brasil, tem ponto de chegada também em Fortaleza.
Os investimentos da Angola Cables, que vende capacidade de tráfego no atacado, no segmento de cabos submarinos começaram com o cabo WACS (West African Cable System), que conecta 11 países da costa ocidental africana a três países europeus. Sua infraestrutura agora envolve também o Monet e o SACS (South Atlantic Cable System), que será ativado em meados do ano que vem, e dois data centers, um em operação em Luanda, capital da Angola, e outro em construção em Fortaleza, no Ceará. No total, os três cabos têm capacidade de 78,5 Tbps (parte da Angola Cables).
Com investimento de US$ 300 milhões nos dois novos cabos, nos data centers e na ampliação do WACS, a Angola Cables focou sua estratégia de crescimento na ampliação das conexões Norte- Sul e Sul-Sul, com a convicção de que há um grande potencial de crescimento do mercado de comunicação tanto na Árica quanto na América do Sul. “A África é o segundo continente em população, com mais de um bilhão de pessoas, a taxa de crescimento da banda larga é de 47% ao ano, só inferior à da Ásia, que é de 51%, e metade da população tem menos de 30 anos”, diz Mendes. E a realidade da América do Sul não é muito diferente.
Em sua avaliação, a corrida dos investidores para o lançamento de novos cabos submarinos em várias rotas no mundo — só no Brasil entre este e o próximo ano vão ser ativados oito cabos submarinos — não deve levar a um excesso de oferta. Ele lembra que a demanda é exponencial, e menciona que as últimas estatísticas da TeleGeography indicam que em 2023 os cabos que estão em construção já estarão saturados.
Mendes destaca os efeitos positivos, na queda dos preços, da ampliação de rotas com o hemisfério Sul e da localização de data center na região. No caso da localização de um ponto de presença da Angola Cable em Cabo Verde, país da África, o preço caiu cinco vezes. Ou seja, hoje se paga por 1 Gbps de tráfego o que antes se pagava por 200 Mbps.
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