s redes neutras podem ser bem-vindas, mas é preciso entender como vão funcionar para superar as resistências dos ISPs, afirma o CEO da Interjato Soluções, Erich Rodrigues, durante participação na mesa redonda sobre o tema, na INOVAtic 2020, evento realizado pelos portais Tele.Síntese e PontoISP nesta quinta-feira, 26. “A minha preocupação é que já existe um modelo de franquia, que tem adesão relativa do mercado de provedores, que ainda tem o trauma do tempo de internet discada, quando tomaram tombo de provedores de conexão” disse.
Para Rodrigues, os provedores aprenderam a fazer redes de fibra, que era a maior dificuldade que enfrentavam, e podem ter acesso a financiamentos, caso a nova lei do Fundo de Universalização dos Serviços de Telecomunicações (Fust) seja sancionada do jeito que saiu do Senado, com recursos previstos para criação de um fundo garantidor. “Esse novo acontecimento embaralha um pouco o cenário para as redes neutras, a gente não quer um monopólio privado”, disse.
O empreendedor, que tem rede de atacado em 80 cidades do Nordeste e fornece serviços de monitoramento a empresas e governo, questiona se essa rede neutra será ofertada em cidades onde já existem operações, e se o custo será parecido com o do unbundling, que nunca foi adiante. Também se o cliente que contratou primeiro terá tempo de exclusividade, ferindo o próprio conceito de rede neutra.
Outra preocupação dos ISPs, que foi apresentada pelo moderador da mesa redonda, o CEO da Vispe Capital e da empresa IPv7, Droander Martins, de que pessoas de fora do mercado passem a vender conectividade, sem ter investido nada em rede. “De repente, um provedor pode acordar e se ver com outros concorrentes, colocando em risco sua operação”, disse.
A expectativa é que haja uma regulação forte da Anatel, com vistas a manter o equilíbrio do mercado, avalia Erich Rodrigues, que também é conselheiro consultivo da Associação Brasileira de Provedores de Internet e Telecomunicações (Abrint).
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