Em tempos de consolidação no mercado de ISP, uma questão passa a ser fundamental. A contratação de rede neutra reduz a valuation da empresa? Esse tema, levantado em debate promovido pela revista RTI, dividiu opiniões, mas carece de uma experiência prática para que se chegue a uma conclusão.
Segundo o CEO da Bitcom, Fabiano Vergani, o que vale é estar dentro da casa do cliente, ter eficiência no serviço e ter a preferência dele. Mas essa relação muda se o ISP for comprado que quer uma rede para ofertar o serviço ou se o provedor vende sua rede e continua atuando. “A grande dor do provedor local é continuar investindo na expansão de rede”, disse.
Para o diretor da BR.Digital, Alberto Huff, a infraestrutura aumenta em 20% o valor da companhia. O diretor de Atacado da Oi, André Telles, pensa ao contrário. Para ele, o que vale no final das contas é a relação com o cliente. “A camada de infraestrutura não deve ser primordial de uma empresa como um todo”, disse.
Já o CEO da Phoenix Fiber, Maurício Giust, a valorização de um ISP não é focado apenas no cliente, mas também na sua velocidade de crescimento. O CEO da Vero Internet, Fabiano Ferreira, entende que a infraestrutura tem um peso na compra, mas acredita que outras variáveis podem fazer a diferença, como o valor presente do cliente. “É preciso fazer contas, como, por exemplo, está rentabilizando seu negócio e avaliar isso nas duas formas”, disse.
O CEO da IPv7 e Vispe Capital, Droander Martins, que tem prestado consultoria em movimentos de M&A, a valorização de um ISP deve estar ligada à capacidade de gerar riqueza. “A conta tem que fechar, independentemente de a rede ser própria ou locada”, avalia.
No Comment