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Mês da mulher: Empresas investem mas participação em TI fica em 20%

Crédito: FreepikDados da pesquisa realizada pelo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) revelam que a presença da mulher no mercado de TI cresceu 60% nos últimos cinco anos. Contudo, mesmo com os avanços, segundo o levantamento, as profissionais femininas ainda representam apenas 20% do total da mão de obra do segmento no país. Diante desse cenário, empresas passaram a investir nessas profissionais, com programas de vagas afirmativas, captação e retenção de talentos, além de outras iniciativas direcionadas para desenvolver e evoluir a presença de mulheres no mercado de tecnologia.

A  Intelligenza IT, por exemplo, maior consultoria nacional de tecnologia SAP para RH, abre espaço para o seu desenvolvimento de carreira e desenvolve iniciativas internas visando ampliar o número de profissionais femininas no ecossistema SAP. A HRTech investe em programas de capacitação e projetos como o Programa Cores, criado pela empresa em 2019, para  valorizar a diversidade, promover a inclusão no ambiente institucional e  viabilizar iniciativas em prol da sociedade. Entre as extensões do programa está o GPink, grupo voltado ao empoderamento e pautas acerca do universo feminino, através de ações como palestras, campanhas e iniciativas que visam ampliar o debate interno do tema. Hoje, as pessoas que se identificam como gênero feminino representam cerca de 42% do time da Intelligenza, um percentual acima da média para o segmento, uma vez que o mercado de TI concentra 12,7% de mão de obra feminina, segundo estudo da Revelo.

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Já a Traive, plataforma que digitaliza toda a jornada do crédito agrícola desde a demanda do produtor até o mercado financeiro, tem cerca de 31% do time feminino. A iniciativa é da Chief AI Officer e co-fundadora da empresa, Aline Pezente, que desde o início da empresa, em 2017, abraçou o desafio de trazer mais mulheres para o setor. A tecnologia da Traive permite que empresas de defensivos, revendas, cooperativas e tradings façam a análise, registro, gestão e comercialização de seus créditos em uma única plataforma. Além disso, a solução gera uma avaliação de risco imediata com seus modelos de inteligência artificial proprietários que, por meio de mecanismos de monitoramento em tempo real do risco da carteira de crédito, contribui para que gestores de crédito, bancos e fintechs tomem decisões mais precisas e ágeis, reduzindo custos e mitigando riscos financeiros.

Impulso, organização especializada no desenvolvimento de profissionais e entrega de times de tecnologia sob demanda, acredita fortemente na diversidade e tem o tema como um dos pilares essenciais da companhia.  Recentemente, a empresa criou um programa de incentivo que subsidia 80% do custo do serviço para que companhias possam contratar pessoas pertencentes a grupos minorizados. Com mais de 73% dos cargos de liderança ocupados por mulheres, a empresa também utiliza marcadores identitários em seus sistemas de gerenciamento de talentos para apoiar no processo de ofertas de vagas afirmativas para mulheres.

A empresa também possui uma Comunidade com mais de 130 mil profissionais de tecnologia que é composta por mais de mil grupos, dentre os quais mais de 100 exclusivos de mulheres. Para fortalecer ainda mais o movimento em sua Comunidade, a empresa criou um grupo específico para mulheres que desejam se tornar gestoras com processos ágeis, liderado pela Kari Silveira, cofundadora e COO da empresa.

Por fim, em sua Comunidade no Discord, a Impulso criou um canal chamado #mulheres-em-ti, com o objetivo de fomentar a participação, engajamento e colaboração das mulheres por meio de encontros exclusivos para tratar de pautas relevantes, como carreira, representatividade, mercado de trabalho, etc.

Outra empresa do setor tecnológico que também aposta no time feminino é a PGMais. Atualmente, em seu quadro de profissionais, a empresa possui 44% do escopo formado por mulheres. Entre os líderes, 42% dos cargos é ocupado por elas, atestando os dados de uma transformação no mercado de trabalho de tecnologia.

A  Locaweb Company, é um ecossistema de soluções digitais completas e modulares para todos os tamanhos e maturidades de negócios em sua última edição do Censo I&D em 2022, constatou que 41% do seu quadro de colaboradores é composto por mulheres. Segundo o levantamento, 36% da liderança é feminina, com um aumento de 7% se comparado a 2021 e o objetivo é que cada vez mais esse número cresça.

Para que a diversidade aconteça em um ambiente saudável, em 2019 a companhia criou a frente de inclusão e diversidade com o objetivo de mitigar riscos, resolver conflitos e capacitar pessoas. Ela atua com um comitê que abrange 7 diferentes frentes, são elas, Mulheres, LGBTQIAP+, Pessoas com Deficiência, Cultura e Origem, Gerações, Masculinidade e Positividade Corporal. O comitê de I&D tem como um dos objetivos fornecer um ambiente seguro para permanência, em que todos os colaboradores  possam se desenvolver, agregar e sentirem-se verdadeiramente parte de seu contexto.

Startups

Apesar das mulheres ocuparem cada vez mais espaços na sociedade, a equidade de gênero nas empresas e a disparidade salarial entre homens e mulheres ainda são barreiras a serem vencidas, inclusive no ambiente de inovação. Com a aproximação do Dia Internacional da Mulher, a presença feminina nas empresas de tecnologia é um dos temas mais relevantes a serem debatidos no setor, já que segundo o Mapeamento do Ecossistema de Startups realizado em 2022, pela Associação Brasileira de Startups (Abstartups), as mulheres representam 41,9% dos colaboradores, e são apenas 19,7% dos fundadores das Startups no Brasil.

Para tentar solucionar este problema, muitas empresas passaram a adotar políticas internas para alcançar a paridade de gênero, mas em outras, a ascensão feminina a postos de comando faz parte do DNA da corporação e o protagonismo feminino ocorre de forma naturalizada. Na Deep Legal, Lawtech especializada em inteligência de dados e gestão preditiva, por exemplo, as mulheres estão presentes em toda a pirâmide hierárquica e representam 50% do time de colaboradores, inclusive nos cargos de liderança. Além de ser dirigida por uma mulher, cinco dos oito departamentos da Lawtech são geridos por elas.

“Temos um compromisso com a equidade de gênero em nosso dia a dia. As ações afirmativas para este público fazem parte das nossas práticas, políticas e código de conduta. Também fomentamos treinamentos e e-learnings sobre estudos de gênero, para incentivar cada vez mais a participação das mulheres nos espaços de decisão”, explica a CEO e cofundadora da Deep Legal, Vanessa Louzada.

Além das políticas internas de promoção da igualdade de gênero, a Lawtech incentiva outras empresas a aumentarem a representatividade feminina, por meio de um guia educacional para toda a cadeia de suprimentos. “Acreditamos na necessidade de acelerar a transformação do ecossistema das Startups em um ambiente mais inclusivo, diverso e inovador”, afirma Vanessa Louzada.

Salários

A equidade salarial é outra preocupação da Lawtech, com remuneração idêntica para quem desempenha a mesma função, independentemente de gênero. De acordo com o Relatório Global sobre Diferença de Gênero 2022, realizado pelo Fórum Mundial, o Brasil ocupa a 117ª posição entre 143 países em relação à igualdade salarial entre homens e mulheres que exercem trabalhos semelhantes. Os dados do Departamento Intersindical de Estudos Socioeconômicos (Dieese), corroboram essa realidade e apontam que mesmo as mulheres tendo em média mais anos de estudo do que os homens, em geral elas recebem 80% dos salários pagos a eles, diferença que aumenta em cargos de nível superior, chegando a 71% da remuneração masculina.

Ainda segundo o relatório da Abstartups, no segmento de Lawtechs a representatividade feminina entre os colaboradores do time é um pouco acima da média nacional, chegando a 46,2%. Por outro lado, a porcentagem de mulheres fundadoras é menor do que a média, com 18,5%. “Quando citamos a equidade de gênero, estamos falando sobre oferecer as mesmas oportunidades para homens e mulheres, sem distinção. Para uma empresa ser inclusiva de fato não basta alcançar a paridade em números de colaboradores, é preciso ter um olhar atento para o desenvolvimento profissional das mulheres, para que as oportunidades possam ser igualitárias”, destaca Vanessa Louzada.

Recentemente a Deep Legal foi pré-aprovada no Selo MatchIT Igualdade de Gênero da We Impact. O selo é relacionado aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável 2030 da ONU e é conquistado por empresas Tech Sellers que comprovem atingir 75% ou mais de adequação nos requisitos essenciais para a inclusão feminina e equidade de gênero.(Com assessorias de imprensa)

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