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Mercado de ISPs encolhe 9,3% entre 2020 e 2022, indica TIC Provedores

Mercado brasileiro de empresas de internet encolhe entre 2020 e 2022, indica TIC Provedores
Mercado brasileira de ISPs encolhe, mas proporção de pequenas e médias empresas cresce, mostra pesquisa (crédito: Freepik)

De 2020 a 2022, o mercado de provedores de serviços de internet (ISPs) no Brasil encolheu em 1.196 empresas. Segundo a pesquisa TIC Provedores, divulgada nesta quinta-feira, 7, pelo Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI.br), havia 12.826 prestadores de banda larga fixa no País em 2020, número que foi reduzido para 11.630 em 2022. Em termos percentuais, a contração é de 9,3%.

O estudo indica que, mais do que fechamento de empresas, pode estar em curso um processo de consolidação do mercado, incluindo fusões e aquisições. Isso porque a proporção de médias empresas no segmento (de 50 a 249 pessoas ocupadas) subiu de 13% para 17%. Os pequenos negócios (de 10 a 49 pessoas) também representavam em 2022 (40%) uma fatia maior do que dois anos antes (37%).

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Em sentido inverso, as microempresas (com até nove pessoas) deixaram de ser 56% de provedores de banda larga para ficar com 46% do mercado – uma queda de 10 pontos percentuais.

Tecnologia e infraestrutura

Segundo a pesquisa, em 2022, 95% dos provedores utilizavam a fibra óptica como tecnologia de acesso, taxa superior à observada em 2020 (89%).

No período analisado, também cresceram os usos de outras tecnologias de acesso, como sem fio wireless via frequência licenciada (de 25%, em 2020, para 27%, em 2022), cable modem (de 13% para 18%), modem 3G ou 4G (de 3% para 10%), ADSL (de 8% para 10%), MVNO (de 0% para 4%) e satélite (de 1% para 3%).

Por outro lado, ainda se tratam de tecnologias menos usadas do que as de acesso sem fio wireless via frequência livre, que caiu de 71% (2020) para 60% (2022), e via cabo UTP (Ethernet), cuja queda foi de 47% para 35% no mesmo intervalo.

A TIC Provedores também mostra que, em relação à infraestrutura de rede de transmissão, a proporção de empresas que ofereciam acesso apenas por meio de rede própria decresceu, passando de 70%, em 2020, para 60%, em 2022.

Com isso, nota-se que os ISPs que optam pelo modelo misto – isto é, infraestrutura própria e de terceiros – deixaram de ser 25% para representar 37% do mercado.

Além disso, o levantamento aponta que, em 2022, 40% dos provedores utilizavam redes neutras em suas operações. A opção é mais comum entre os pequenos negócios (42%), mas não difere tanto em empresas de outros portes, chegando a 40% das microempresas, 38% das médias e 36% das grandes.

Serviços

Conforme os dados referentes a 2022, os serviços mais oferecidos pelos ISPs brasileiros são transito IP (43% dos provedores), transporte (38%), infraestrutura como hosting ou co-location (26%), segurança (24%), telefonia sobre IP (23%) e transmissão de TV via protocolo IP (20%).

No que diz respeito à comercialização dos produtos, o levantamento indica que serviços de mensagens, como WhatsApp e Skype, e redes sociais, como Facebook, Instagram e Snapchat, são usados por 56% e 37% dos negócios, respectivamente. As taxas são superiores ao próprio website dos provedores (34%).

A pesquisa ainda mostra que, entre 2020 e 2022, houve um crescimento na participação de provedores em Pontos de Troca de Tráfego ou no IX.br (Brasil Internet Exchange), iniciativa do Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto BR (NIC.br) que se dispõe a implantar infraestrutura para interconexão entre diferentes redes. A proporção subiu de 30% para 37%.

No período analisado, também houve, como modalidade de entrega do serviço, uma adoção substancial do IPv6, passando de 40% para 64%.

Realizada pela pelo Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade da Informação (Cetic.br) do NIC.br, a pesquisa ouviu 2.008 provedores, entre setembro de 2022 a junho de 2023.

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