As operadoras regionais de banda larga se profissionalizaram, têm acesso a recursos de fundos e de títulos privados e estão prontas para ingressar no leilão da 5G da Anatel. Mas esse leilão não pode ocorrer este ano, se se quiser efetivamente aumentar a competição no mercado de telefonia móvel.
Essa avaliação é de Francisco Pinheiro Neto, CEO do Conselho da Mob Telecom. ” O dólar está 35% mais caro e os equipamentos da 5G são todos importados, o que aumentaria desnecessariamente os investimentos na rede. Além disso, há ainda muito a ser resolvido no edital”, afirmou o executivo, em LIVE promovida hoje pelo Tele.Síntese, na série sobre a 5G. Ele defende o adiamento da licitação para o próximo ano.
Para Pinheiro, o interesse dos ISPs nessa nova tecnologia é real e não pode ser comparado com o que ocorreu na licitação promovida pela Anatel em 2015, na qual, embora tenha atraído várias pequenos operadores, os investimentos não se concretizados e a agência está retomando as frequências. Essa foi uma das preocupações apontadas pelo presidente da agência, Leonardo de Morais, na LIVE promovida na semana passada.
” São os pequenos operadores que levam a banda larga para o interior do país. E vamos fazer o mesmo com a tecnologia 5G. As grandes operadoras concentram-se apenas nos 324 municípios brasileiros que têm mais de 100 mil habitantes. Nós vamos para os outros cinco mil”, afirmou Pinheiro Neto.
Em sua avaliação, a regionalização de uma faixa do espectro de 5G é fundamental para assegurar a presença desses investidores. Mas ele salienta que não basta assegurar a participação, mas é necessário também que sejam criadas as condições para as prestadoras de pequeno porte (PPPs) participarem da licitação e passarem a investir em banda larga móvel.
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