As redes neutras vieram para ficar e os ISPs veem como extrair vantagem disso. A Vero Internet contratou a InfraCo (rede neutra da Oi) para atuar em duas cidades e está gostando do resultado. Segundo o CEO do provedor, Fabiano Ferreira, a qualidade do serviço prestado pela Oi é inquestionável e nessas duas cidades a Vero focou na prestação do serviço. Porém, afirma que a empresa continuará comprando ISPs menores e ampliando sua rede física.
“O modelo de contratação de rede neutra economicamente faz sentido, mas o retorno do investimento é maior na rede própria”, ressalta Ferreira. Mas entende que a médio e a longo prazo a opção por rede neutra será mais usada, pela escolha do melhor parceiro. Disse que o objetivo será focar na prestação do serviço e no atendimento direto do cliente.
A Vero Internet foi formada pela consolidação de seis empresas com apoio do fundo Vinci Partner, em 2019. Atualmente, a empresa está em 135 cidades, com atendimento em 30 novas cidades. No entendimento de Ferreira, as empresas de redes neutras têm mais facilidade de adoção de tecnologias de ponta, como o SXGPon, que pode garantir velocidades de 1 Gbps.
Para Fabiano Vergani, CEO da Bitcom, o conceito de rede neutra se conecta diretamente com transformação digital e é o caminho do futuro. Sua empresa, por exemplo, trabalha no modelo de franchising e acredita que esse sistema tem tudo a ver com rede neutra. “Nosso sistema é baseado em uma plataforma que privilegia a atuação na ponta, no atendimento ao cliente”, afirmou. Para ele, a regra do jogo passa a ser o desenvolvimento de softwares.
O diretor de atacado da Oi, André Telles, disse que a InfraCo já funciona separada de outras unidades da Oi e oferece a fibra até a casa do cliente (já são 11 milhões de home passed) e detém uma rede de 400 mil km. Além da fibra, a rede oferece toda a eletrônica para prestar um serviço de qualidade.
Para o CEO da IPv7 e Vispe Capital, Droander Martins, que mediou o debate, a chegada da rede neutra traz a possibilidade de que os ISPs ampliem suas áreas de atuação sem precisar expandir redes. Mas entende que isso pode trazer mais competição.
O CEO da Phoenix Fiber, Maurício Giust, disse que as redes neutras vieram para reduzir o gap digital do país, que tem apenas 15 milhões de domicílios com fibra óptica. A empresa que foi criada em 2018 já como rede neutra, já está presente em 11 cidades do Centro-Oeste e Sudeste, A previsão é de que no final do ano tenha fibra passada em 600 mil domicílios.
Já o diretor da BR.Digital, Alberto Huff, afirma que sua empresa tem compartilhado rede há muito tempo, porém o modelo é de entrega de fibra apagada. A empresa tem 60 mil km de rede e atende praticamente todas as capitais do país.
O debate sobre redes neutras foi promovido pela Revista RTI e Aranda Eventos.
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