ISPs já conectam 257 escolas públicas com link de 100 Mbps


Raul Fuchs, VP do Instituto Escola Conectada/Crédito: TV.Síntese
Raul Fuchs, VP do Instituto Escola Conectada/Crédito: TV.Síntese

Com 30 mil das 140 mil escolas públicas desconectadas e apenas 14% das que têm acesso à internet com capacidade adequada para uso pedagógico, a transformação digital da educação pública brasileira é uma tarefa que exigirá muito esforço. É o que mostra a CEO da MegaEdu, Cristieni Castilho, que participou, nesta quinta-feira, 4, de painel do Edtech e as Escolas públicas – Avançado na Inovação e Conectividade, promovido pelo Tele.Síntese.

Apesar de diversas políticas públicas e recursos públicos existentes hoje, Cristieni acredita que soluções sustentáveis e não obrigações, como as impostas no leilão do 5G, podem resolver o problema. Segundo ela, a instituição já fez um levantamento de atratividade econômica nos entornos das escolas para oferta do serviço e cálculo de rotas para estimar o custo da conectividade para estimular a participação de empresas de telecomunicações nesse esforço.

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Mas sabe que muitas escolas vão depender de recursos públicos. “Uma em cada cinco escolas está fora de região onde há oferta de banda larga fixa e só 6% das escolas conectadas têm computadores suficientes para atender alunos e professores”, afirma Cristiene.

O MegaEdu trabalha com seis secretarias estaduais de educação, que respondem por oito mil escolas públicas. A instituição ajuda na elaboração de planos de conectividade para essa base de colégios. Para Cristiani, o governo deve trabalhar para levar a internet onde ainda não tem e aumentar a banda da maioria das escolas onde a velocidade é insuficiente.

ISPs

O Instituto Escola Conectada, por sua vez, está levando links de 100 Mbps para 257 colégios públicos sem qualquer contrapartida, em parceria com nove provedores regionais: Sumicity, Um Telecom, Wirelink, Tely, Ligue, Telium, Telecall, NetCintra e SOW. Para o co-fundador da Datora/Arqia e vice-presidente do instituto, Raul Fuchs, a iniciativa é resultado da disposição de empreendedores em ajudar o Brasil.

Segundo Fuchs, os ISPs têm uma malha significativa de fibra óptica, mas têm lugares onde não chegam e que o governo deveria pensar em algum incentivo para que esses empreendedores cheguem lá. “Os provedores não podem investir em redes de 50 a 100 km, com recursos próprios para atender as escolas”, disse.

A meta do Instituto Escola Conectada é atender a 100 mil alunos neste ano e 500 mil, em 2023. As conexões podem aumentar com a adesão de novos provedores à instituição, que é mantida com os recursos da Datora.

Conteúdo

A co-fundadora da Omeltech Desenvolvimento, Roberta Omeltech, outra palestrante do painel, vê a conectividade das escolas com outra perspectiva, de como levar conhecimento e conteúdo para o aluno. O objetivo da startup é de formar para o mercado de trabalho, é a “conexão do mercado com as escolas públicas, de forma ampliada”, destaca.

Roberta disse que a pandemia mostrou que a forma de se comunicar mudou, assim como o novo ensino médio prevê trilhas de conhecimento que requerem temas diferentes dos que foram passados até agora. “Temos que desconstruir o comportamento para criar outros, com temas voltados para produtividade, gestão do tempo e planejamento, por exemplo”, disse.

O Edtech e as Escolas Públicas continua na sexta-feira, com a participação de outros especialistas do setor.

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