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ISPs articulam operadora móvel de alcance nacional

Crédito: Divulgação

Um grupo de 280 provedores regionais de internet está perto de entrar no mercado móvel. A ISPs do Brasil, empresa formada por cotistas que no passado se uniram para disputar o leilão do 5G, fechou contrato com a Surf Telecom para criação de uma operadora móvel virtual de alcance nacional.

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O contrato prevê cobertura em 3G, 4G e até 5G, uma vez que as redes utilizadas serão as da Surf (em São Paulo) e da TIM, com que a Surf tem acordo para uso do espectro e RAN Sharing em todo o país.

Segundo Rudinei Gerhart, consultor contratado pela ISPs do Brasil para estruturar o negócio, um teste piloto será implementado em São Paulo ainda em outubro. Se tudo correr bem, já em novembro a operadora será lançada comercialmente no país inteiro.

O modelo escolhido prevê que cada provedor comercialize os chips móveis em sua área de atuação. Os 280 ISPs que participam têm uma base de cerca de 5 milhões de assinantes de banda larga, espalhados em 1,4 mil cidades.

“O objetivo é chegar a 1 milhão de clientes móveis em três anos, já que em cada residência há potencial para conquistar 2 ou 3 assinantes móveis”, estima.

Ele afirma que os provedores farão ofertas pós-pagas em combos (pacotes de banda larga fixa e telefonia móvel) a seus clientes.

O modelo pensado não prevê vendas avulsas no varejo, somente em combos. “Também estamos pensando em produtos de internet das coisas para diferentes verticais, como logística, agronegócio, elétricas e educação”, diz ao Tele.Síntese.

A empresa já contratou agência de publicidade para início da campanha de mídia, e está em vias de contratar call centers que farão os atendimentos. O contrato definitivo de MVNO credenciada da Surf Telecom foi firmado na semana passada, logo após o sinal verde conferido pelo Conselho Diretor da Anatel – o tema foi apreciado em circuito deliberativo pelo colegiado da agência reguladora.

Apesar de ser um empreendimento nacional e integrado com 280 provedores, Gerhart procura conter expectativas sobre se este pode ser o quarto operador móvel que surgirá no Brasil, uma vez que a Oi Móvel saiu do mercado fatiada entre as rivais Claro, TIM e Vivo.

“É muito complicado falar em ser um quarto operador sendo MVNO. A principal motivação é complementar o portfólio do provedor, já que o modelo pensado não é sustentável sem combo e fidelização”, diz.

Mesmo trabalhando sobre contrato de MVNO credenciada, a operadora dos ISPs terá custos com a central de atendimento, trouble ticket, core de portabilidade. “Serão três níveis de atendimento, todo um backoffice criado para registrar mudanças de endereço, de titularidade, processar estornos, compensações, tratar inadimplentes”, afirma. O atendimento e venda será responsabilidade de cada provedor local. No entanto, a marca será única, nacional.

 

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