A construção de uma rede 5G só para conectividade (rede FWA) não é factível para os ISPs, na opinião do consultor Eduardo Tude. Segundo ele, a frequência terá preço elevado, assim como os equipamentos e, desse jeito, a conta não fecha.
Tude lembrou o caso da Sky, que criou uma rede de banda larga com a frequência da 4G e que vem perdendo clientes. Além do mais, lembra que a maior dos compromissos previstos na proposta de edital da Anatel prevê a cobertura com tecnologia 4G em cidades pequenas. “Quem não têm essa frequência, vai cobrir com 5G, que tem terminais com preços excessivamente elevados”, questiona.
Para Tude, a saída para os ISPs é apostar no mercado secundário e ter acesso ao espectro por meio de um fornecedor neutro e usar a criatividade para monetizar planos de negócios. “Ampliar e desenvolver novos serviços, entrar no mercado de MVNO, são alguns dos caminhos que podem set trilhados”, disse.
Desempenho
Tude, que participou nesta terça-feira, 28, de live promovida pela ConnectoWay, com a participação da TelComp e Huawei, fez um balanço do mercado de telecomunicações, em tempos de pandemia. Segundo ele, apesar da demanda aquecida, a receita não deve subir acima de 5%. Os melhores desempenhos vêm dos dados móveis, que já representam 80% das receitas das operadoras, e da banda larga fixa.
De acordo com o consultor, foram adicionados mais dois milhões de acessos de banda larga por fibra óptica em cinco meses, suportados em grande parte pelas empresas competitivas, que detêm 62% desse mercado. Além disso, a velocidade média de conexão subiu para 40 Mbps
TV por assinatura, segundo o consultor, perde espaço para o streaming e os celulares pós-pagos que vinham crescendo, tiveram uma queda. M2M cedeu espaço para as ‘maquininhas’ dos bancos, agora com novos serviços e Internet das Coisas (IoT, na sigla em inglês), continua com o crescimento lento e gradual.
“O setor de telecomunicações está passando essa crise porque é essencial para as pessoas que estão em casa por conta da pandemia”, resumiu.
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