A internet, apesar de um fenômeno global, tende a ter tráfego cada vez mais regionalizado, conforme indica estudo publicado pela Cisco. O relatório Visual Network Index (VNI) prevê que em 2021 apenas 41% dos dados vão atravessar fronteiras, migrando entre os países. Atualmente, esse volume é de 58% do total.
A mudança acontecerá também em nível local. O consumidor vai acessar cada vez mais conteúdo armazenado nas bordas da rede, mais perto de sua casa, sem precisar contatar o núcleo da rede da operadora. O estudo indica que 35% do tráfego de internet será assim, restrito às redes metropolitanas (hoje são 22%). Além disso, 23% do tráfego total global vai se concentrar em backbones regionais, não conectados a redes internacionais (hoje são 20%).
Segundo a Cisco, as previsões são resultado de diferentes tendências e formas de uso da internet, que vão se consolidar até 2021. O fenômeno do consumo de vídeo vai continuar a crescer. Esse tipo de conteúdo será nada menos que 80% do tráfego mundial de dados em 2021, ante os atuais 67%. O vídeo tende a ficar armazenado localmente, para permitir entrega mais rápida e mais barata aos usuários.
Outro fator é o avanço das conexões máquina-a-máquina (M2M), que vão passar de 17,1 bilhões para 27,1 bilhões de acessos entre 2016 e 2021. Esse tipo de conexão tende a ser industrial e usado localmente.
Avanço da internet
O VNI estima que a quantidade de usuários e o volume de dados vai crescer. Até 2021, serão 4,6 bilhões de pessoas conectadas, 58% da população mundial. Hoje são 3,3 milhões. Além disso, a quantidade de dados cruzando as redes vai aumentar três vezes, passando do atual 1,2 zettabyte/ano, para 3,3 zettabytes em cinco anos.
A quantidade de objetos conectados (IoT) vai passar de 27,1 bilhões, dos quais, a metade será M2M, aqueles que dispensam interação humana. A realidade aumentada e os vídeos em realidade virtual vão crescer nada menos que 20 vezes no período. Mas não significa que terão uma grande parcela do tráfego. Pelo contrário, todo o crescimento desses segmentos representará não mais que 1% dos dados da internet do futuro.
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