A Intelbras desenvolveu e está produzindo a primeira OLT nacional no país. Com receita de R$ 1,6 bilhão no ano passado, a empresa vem investindo cerca de 6% do seu faturamento em pesquisa e desenvolvimento e com esse recente lançamento planeja crescer mais de 50% no mercado GPON e se tornar a líder desse segmento. Ela produz mais de 5 milhões de produtos de redes por ano e se prepara para disputar uma nova área, a de soluções de energia.
O entusiasmo da empresa com o mercado de ISPs — maior consumidor de produtos Gpon — é crescente. “Hoje os provedores, juntos, respondem pela quarta posição no ranking de banda larga fixa, com 18% de market share. E o potencial de crescimento é muito grande”, comenta Amílcar Scheffer, diretor da unidade de redes. Posicionada como a maior fábrica de redes do país, a Intelbras comercializa soluções EPON/GPON, linha de access point, roteadores e repetidores, switches e outros produtos.
A OLT 8820 I está sendo produzida desde setembro na fábrica da empresa em São José, Santa Catarina, onde está localizada a matriz da companhia. Ela ainda uma segunda fábrica em São José e outras em Santa Rita do Sapucaí e Manaus além de uma unidade avançada em Shenzen, na China.
O novo produto traz algumas características próprias para o mercado brasileiro. De acordo com Diego Zaniol, responsável pela área GPON, ele suporta até 1024 clientes, o que proporciona ao provedor reduzir a quantidade de ativos na rede o que, atualmente, é um grande diferencial competitivo. O produto ainda proporciona maior capacidade de tráfego podendo trabalhar em topologia anel e é compacto com gerenciamento descentralizado seu uso além do ponto de presença (POP).
O sistema de gerenciamento da OLT 8820 I possibilita uma visualização mais acurada da rede, permitindo o controle tanto de outras OLTs quanto das ONUs e ONTs utilizadas. Acompanha o produto o SIG (Software Intelbras de Gerenciamento) que opera em um sistema mais acessível, de fácil utilização e instalação e possibilita remotamente várias operações, como atualização do firmware, acesso aos terminais, monitoramento e a criação de serviços como Bridge e GTP.
Para Scheffer, a produção e desenvolvimento local da OLT também traz para o cliente a vantagem de estar mais próximo do fornecedor. “Ele não fica exposto a situações como a de procurar por suporte que muitas vezes nem está no país”, disse. Nessa questão, a estratégia da OLT nacional também se alinha à outra que vem sendo adotada pela companhia que é chamada de “clientividade”, que é justamente garantir esse proximidade com o consumidor.
O executivo acredita que com a nova OLT e os novos lançamentos para 2019 — onde está uma ONU triple play, mais compacta e com preço mais competitivo — devem garantir à Intelbras a liderança do mercado GPON no próximo ano. Desde setembro, quando foi lançada para o mercado, já foram vendidas cerca de 200 unidades da nova OLT.
A Intelbras já comercializa uma solução OLT GPON no país, que é produzida fora com software da empresa. Mas ela é de menor porte, permitindo até 512 clientes. Também tem OLT EPON e deve finalizar 2018 com a venda de aproximadamente 500 mil ONUs. “Para o próximo ano vamos vender mais de 800 mil”, garante Scheffer.
Em 2019 a Intelbras também tem outra meta, a de ganhar corpo com seus produtos no mercado latino americano. Atualmente, as exportações não chegam a 5% do faturamento da companhia e o maior mercado tem sido o Uruguai.
Com cerca de 3.200 funcionários, a Intelbras mantém mais de 300 na área de pesquisa e desenvolvimento. Na sua fábrica central, em São José, a empresa adotou um ambiente de incentivo à inovação e de gestão participativa que já a colocou entre as melhores empresas para se trabalhar. “Nós procuramos nos reinventar para nos tornarmos uma grande startup e, dessa forma, também não perdermos colaboradores para essas empresas”, observou Scheffer.
Otimista sobre o desempenho da companhia nos próximos anos, Susana Brockveld, diretora de marketing, também ressalta o potencial de crescimento da banda larga fixa no país, o que deve refletir em mais negócios em seu mercado. “Estamos em 98% dos municípios brasileiros com potencial de expansão”, disse. A Intelbras trabalha com 250 distribuidores e mais de 120 mil revendedores.
O próximo passo, de acordo com a executiva, será a entrada da empresa na área de soluções de energia tanto para o mercado doméstico quanto corporativo. Isso significa uma linha nova de 21 itens onde estarão. por exemplo, passivos de fibra, adaptadores ópticos, protetores de energia, fontes e outros.