Após impactos da pandemia, a indústria eletroeletrônica está sentindo falta, neste momento, de materiais plásticos para produção e papelão para as embalagens. Segundo levantamento do CRU Group, Abinee, Euromonitor International e Gartner junto às empresas, as matérias-primas que mais faltam são materiais plásticos (56%), cobre (56%), papelão (44%), componentes eletrônicos da Ásia (35%), latão (30%), aço carbono (26%), alumínio (23%), componentes eletrônicos de outras origens (16%) e aço silício (12%).
Um exemplo é a Fibracem, indústria paranaense do segmento de comunicação óptica, que informou seus distribuidores acerca desse momento de ajustes nos prazos de produção em decorrência do desabastecimento da cadeia produtiva dos setores de polímeros, papel e celulose e chapas metálicas. “Assim como as demais indústrias, sentimos uma redução da demanda no início da pandemia que provocou ajuste em nossa produção e redução nos estoques de matéria-prima. Veio então, felizmente, a retomada da atividade econômica, mas agora vivemos um descompasso entre a oferta e a procura”, explica Eryck Ribeiro El-Jaick, COO da Fibracem.
Outros fatores
O executivo lembra de outro efeito dos gargalos impostos pela pandemia, a alta flutuação do câmbio, causando incerteza no mercado nesse período.
“Por enquanto é difícil o mercado prever quando será a retomada da normalidade no abastecimento, até porque depende do segmento de atuação. Os mais otimistas preveem que seja normalizado até março de 2021, mas vai depender da pandemia também. Por enquanto o que temos de certeza é que quem importa insumos está mais atento às alterações cambiais, à espera de um câmbio favorável”, explica El-Jaick, da Fibracem. Ele afirma que os pedidos feitos estão sendo honrados e que “os esforços são para, mesmo com o aumento dos custos de produção, atender as solicitações dos produtos no menor prazo, e com o menor repasse de preços possíveis”. A empresa prioriza o diálogo com seus clientes nesse momento.
Otimismo
Mesmo com as adversidades o mercado óptico local está bem aquecido. “O Brasil apresentou ampliação de infraestrutura em 2018 e 2019, mas como é um enorme território ainda há muito a expandir. Devemos fechar 2020 com crescimento menor, e 2021 será melhor por todos os investimentos que não cessaram mesmo neste ano de crise”, prevê El-Jaick.(Com assessoria de imprensa)
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