” O Importante é que seja um leilão sem viés arrecadatório. A necessidade de cobertura e expansão da tecnologia vai exigir que as empresas tenham capital para realizar os investimentos. Se o capital for reduzido por compra de frequência, teremos um problema para a digitalização do país. E nós, as empresas líderes, somos as que realmente vamos conseguir construir essa cobertura nacional. O leilão não pode desfavorecer as empresas com capacidade de compra nacional”, afirmou.
O executivo, a princípio, não vê problemas na regionalização da venda de frequências, conforme propôs o conselheiro da Anatel, Vicente Aquino, mas entende que as operadoras que têm capacidade de construir a rede em todo o território nacional também vão precisar de quantidade de espectro proporcional às características de cada frequência.
” Na faixa de 700 MHz, onde a Vivo já tem 10 MHz, se a Anatel vender 5 MHz, pode ser interessante. Na faixa de 2,3 GHz, que também é para a 4G, se pensarmos no futuro, o ideal seria 40 a 50 MHz por empresa. Mas na faixa de 3,5 GH, a da 5G, no mínimo 80 MHz serão necessários”, explicou o executivo.
Investimentos
O executivo assinalou que a Vivo irá investir este ano R$ 9 bilhões, e que, embora o Brasil tenha uma grande vocação para avançar na sociedade digital, enfrenta carências muito grandes. “Apenas 15% dos prontuários médicos são digitais, ou só 6% das compras são realizadas pela internet”, assinalou.
Se a demanda da sociedade é enorme, Gebara lembra que as operadoras do setor continuam a enfrentar realidades econômicas pouco favoráveis. ” O retorno sobre os investimentos está abaixo do custo de capital”, reforçou. Ele demonstrou também que a receita líquida do setor está com desempenho pior ao dos índices inflacionários.
Novo cenário
Para acelerar os investimentos necessários, o executivo sugere que sejam ainda retiradas outras amarras regulatórias e legais. Para ele, a aprovação do novo marco legal foi um passo importante, mas é preciso destravar a instalação das antenas, promover uma simplificação tributária, e reduzir as multas da Anatel. ”A Anatel aplicou mais de 60 mil multas, que somam mais de 7 bilhões de reais”, reclamou.