A G8 Telecom, empresa criada há 18 anos no Centro-Oeste por funcionários da ex-Telegoiás e focada no atacado, ainda vê com cautela as redes neutras no momento, porém acredita que elas poderão ser solução no futuro próximo. É a posição do representante da operadora Hugo Santos, que participou de live promovida pela Revista RTI.
Segundo Santos, a falta de espaço nos postes pode tornar a rede neutra a única opção para provedores que queiram expandir sua atuação em cidades de maiores portes. Ele citou o caso do Distrito Federal, onde a empresa distribuidora de energia, está fiscalizando os postes e já avisou que vai retirar os que se encontram em condições irregulares.
“São mais de 200 provedores no DF e será difícil conseguir espaço para todos nos postes, levando-se em conta que as grandes teles já cabearam toda a região”, disse Santos. “Nesse contexto, as redes neutras são muito bem-vindas”, disse. Mas disse que outros fatores precisam amadurecer, sobretudo o preço.
“A visão da G8 é de cautela, a empresa tem obviamente interesse nesse modelo de negócio, só que hoje não enxerga que ele já esteja viável”, afirma o executivo. Para ele, o demandante que vai ter de avaliar a questão dos postes, da fibra e dos custos, ainda que a opção pela rede neutra traga redução do Capex.
Crescimento
Apesar de situada no Centro-Oeste, a G8 atende a provedores e teles de quase todo o país. Aproximadamente 80% do faturamento da empresa vem dos ISPs. Na pandemia do novo coronavírus, a receita e o consumo de banda cresceram em torno de 30%. “Nosso tráfego chegou a atingir um terabyte vendido”, disse Santos.
De acordo com o executivo, esse aumento foi suportado porque a empresa investiu, em 2018, US$ 7 milhões na modernização de seus equipamentos, após escolher a Cisco como fornecedora, ampliando a capacidade do backbone. Afirma que os investimentos continuam e que a provedora está apta a suportar o crescimento da demanda por banda, que continua neste ano de 2021, ainda que com menor intensidade.
A preocupação da G8 é com relação à falta de insumos, como os semicondutores. “A gente tinha equipamentos solicitados para fazer expansão de backbone, ampliar a parte de DWDM e os fornecedores acabaram atrasando”, disse Santos. Ele observa que os pedidos de circuitos também estão sofrendo atrasos.
“No meio desse aumento de tráfego, nós fomos obrigados a ir atrás de outros fornecedores de equipamentos, de chaveamentos ópticos e a gente conseguiu contornar esse problema”, conta Santos. Mas disse que a preocupação continua, uma vez que essa falta de insumo pode ser ampliada.
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