FUST e ISPs: desafios para expandir a conectividade em áreas remotas


FUST e ISPs: desafios para expandir a conectividade em áreas remotas
FUST e ISPs: especialistas abordaram desafios para expandir a conectividade em áreas remotas | Foto: Freepik
FUST e ISPs: desafios para expandir a conectividade em áreas remotas
FUST e ISPs: especialistas abordaram desafios para expandir a conectividade em áreas remotas | Foto: Freepik

No cenário de crescente demanda por conectividade, o Fundo de Universalização dos Serviços de Telecomunicações (FUST) tem se mostrado um instrumento fundamental para apoiar a expansão de redes de telecomunicação em áreas menos acessíveis. Em um evento realizado ontem, 24, no Ministério das Comunicações, em Brasília, representantes de bancos públicos discutiram os desafios e oportunidades relacionados ao financiamento de provedores de telecomunicações, especialmente nas regiões mais periféricas do país.

O debate contou com a participação de Luiz Lourenço, Gerente Executivo do Banco da Amazônia (BASA); Paulo Stake, Superintendente de Operações do Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE); e Hélcio de Almeida Carleto, Head de Crédito para Micro e Pequenas Empresas do Banco do Brasil. Eles destacaram como o FUST pode ajudar a reduzir a lacuna digital no Brasil. Beneficiando, assim, provedores regionais e pequenas e médias empresas (PMEs) que lutam para expandir suas operações em áreas de baixa densidade populacional.

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O FUST é um recurso criado para garantir que regiões carentes de infraestrutura de telecomunicações também recebam serviços de conectividade. Marcia Maia, Presidente da Agência de Fomento do Estado do Rio Grande do Norte (AGN), destacou a importância desse fundo. Segundo ela, “para levar conectividade para regiões mais distantes, como comunidades quilombolas, assentamentos rurais, e outros, é necessário que tenhamos apoio do FUST através do MCom”.

Esse apoio é vital, pois muitas regiões ainda sofrem com a falta de acesso a serviços básicos de internet. Isso é especialmente crítico em um país com dimensões continentais, como o Brasil, onde o retorno financeiro para empresas que operam em áreas distantes muitas vezes não compensa o investimento inicial.

Desafios

Luiz Lourenço, Gerente Executivo PJ do BASA, ressaltou que o principal desafio para as micro, pequenas e médias empresas (MPMEs) de telecomunicações nas regiões remotas é o acesso ao crédito. “A principal dificuldade é alcançar esse público, porque estão localizados em cidades menores, e não é tão simples chegar lá. Existe um paradigma de dificuldade de crédito por falta de garantia ou endividamento dessas empresas”, explicou Lourenço. Ele afirmou que o FUST oferece condições mais acessíveis para que essas empresas consigam obter o financiamento necessário.

O BASA tem atuado intensamente na região amazônica. “Em 2024, já investimos R$ 29,34 milhões em microempreendedores individuais, com foco em melhorar a conectividade na Amazônia Legal”, destacou.

Bancos de fomento

Paulo Stake, superintendente de operações do BRDE, explicou que o banco tem sido um importante agente de fomento para projetos de infraestrutura no sul do Brasil. Embora o BRDE não seja um banco de microcrédito, ele tem focado no financiamento de projetos de longo prazo, que envolvem investimentos maiores. “Financiamos R$ 137,3 milhões para provedores e serviços de comunicação desde 2020. Parte do recurso do FUST vai fortalecer ainda mais esse número”, disse Stake.

Ele também enfatizou que o cooperativismo tem sido uma via importante para viabilizar projetos de conectividade em áreas rurais. O BRDE atua junto a cooperativas agrícolas, que têm papel fundamental na implementação de redes de telecomunicações em áreas afastadas, contribuindo para o desenvolvimento econômico regional.

Acesso ao crédito

Hélcio de Almeida Carleto, Head de Crédito para Micro e Pequenas Empresas do Banco do Brasil, reforçou a necessidade de expandir o crédito para pequenos ISPs. Segundo ele, a falta de garantias reais é um dos principais obstáculos que esses empreendedores enfrentam. “Temos buscado crescer em crédito com fundos garantidores. O micro e pequeno empresário nem sempre tem uma garantia para dar, e os fundos são uma solução para isso”, afirmou.

Ainda segundo ele, o Banco do Brasil conta com uma carteira expressiva de clientes no setor de telecomunicações. Carleto também apontou o crescimento dos pequenos provedores regionais, responsáveis por 46% da banda larga no Brasil, conforme dados da Anatel.

Oportunidades futuras

O apoio do FUST tem o potencial de mudar o panorama da conectividade no Brasil. Com isso, mais provedores regionais poderiam ter acesso a financiamento e teriam a chance de expandir suas redes para áreas onde a conectividade ainda é limitada. “O FUST oferece mais uma linha de crédito para aplicar no setor de telecomunicações. É uma oportunidade para atender regiões mais difíceis e fomentar o crescimento das empresas”, concluiu Carleto.

Com o suporte dos bancos de fomento e do FUST, a expectativa é que o Brasil possa reduzir a lacuna digital. Assim, promovendo inclusão digital e desenvolvimento econômico, especialmente em regiões periféricas e áreas rurais.

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