Os investimentos da empresa para toda a América Latina foram de R$ 65 milhões e a previsão é de que em 2021 chegue a R$ 71 milhões, sempre considerando o Capex. Foad disse que a pandemia do coronavírus tem sido um desafio para a Furukawa, que ampliou seu e-commerce e sofreu pequenas paralisações por falta de insumos. Ele entende que o crescimento que considera “excepcional” se deveu a alta demanda por banda larga.
Segundo Foad, há dois meses, a principal falta foi de cobre, devido as dificuldades do fabricante local e de problemas de logística para importação. Mais recentemente, observou dificuldades nas áreas de plástico e embalagens e a solução tem vindo principalmente de importação. “O Brasil desacelerou muito e ainda não recuperou a produção”, disse. Apesar dos percalços, afirma que a produção da Furukawa não parou mais de dois dias.
“Nós aproveitamos a pandemia para realinhar a empresa e prepará-la para o que vem nos próximos anos”, afirmou Foad. De acordo com ele, o 5G no momento não passa de marketing e de facilitador de vendas, mas será realidade em três a quatro anos. “A China apostou na alta de demanda por fibra em função do 5G e ficou com um excedente de produção enorme que está inundando os outros países”, disse.
Clientes
As grandes operadoras e provedores regionais de maior porte são os principais clientes da Furukawa, que detém 75% do mercado brasileiro, com cerca de 33% da participação. Redes locais e data centers respondem por 27% a 28% e os IPS, por 14,4%. Os cerca de 5% restantes são de utilities, especialmente no setor de energia, afirma o diretor adjunto de Vendas no mercado brasileiro, Celso Motizuqui, que também participou da coletiva à imprensa.
Os ISPs tiveram uma demanda muito alta, assim como as grandes teles e estamos conseguindo entregar os pedidos imediatamente, disse Motizuqui. Porém, afirmou que está conversando com os clientes para que eles façam programação e ajudem a Furukawa a administrar melhor as entregas.
Foad disse que a empresa gerou um atendimento personalizado para os provedores de internet de todos os portes, com equipes dedicadas. “Foi desenvolvido um conceito de full service, com ajuda até no marketing dos ISPs para atender melhor os clientes deles”, afirmou.
“Nós estamos trabalhando na alteração da arquitetura da rede para o multisserviço, em cascata, que também dará suporte ao 5G e os ISPs também estão ajustando as suas redes para multicliente, usando como base a preconectarização”, afirmou o gerente geral de Planejamento de Negócios Corporativos, José Carlos Alcântara. Ele sustenta que há muito interesse desses provedores em participar do leilão do 5G, além dos projetos de compartilhamento.
Alcântara disse que no primeiro semestre, os ISPs preferiram as fibras chinesas, mas esse movimento caiu com a dificuldade de suporte e o risco de perdas tecnológicas.