Moura, que participou da live promovida pelo Tele.Síntese nesta segunda-feira, 29, disse que os bancos voltaram a ofertar crédito comercial normal, ainda que em outras bases, com menores prazos e garantias maiores, como o uso de debêntures conversíveis. “Além disso, fundos de investimentos estão com apetite redobrado para investir em telecomunicações, uma vez que já está provada a manutenção e até o crescimento da demanda do setor, um dos poucos que apresenta resultados positivos nessa época de isolamento social”, ressaltou.
Segundo ele, os fundos estão interessados não só em aquisições, mas também em financiar o setor. “Temos tido contatos interessados em indicações de empresas que podem ser financiadas, uma vez que em tempos de juros perto de zero, essa passa a ser uma opção de investimento”, disse.
Porém, o executivo vê na instabilidade do dólar uma complicação para os investimentos, por isso precisam ser feitos de forma intensa, mas planejada, para evitar erros como a redundância de infraestruturas porque daqui pra frente a produtividade dos recursos aplicados é fundamental. Outra frente que tem sido atacada pela entidade é o de regulação. “Estamos trabalhando junto com a Anatel, para construção de regulamentos que tenham impacto direto nos investimentos, temos que cuidar disso agora”, afirmou Moura.
O edital do leilão do 5G, a migração das concessões, regulação do mercado secundário de espectro e a evolução do Plano Estruturado de Redes de Telecomunicações (Pert) são alguns dos pontos que estão no radar da entidade. A obrigação de compartilhamento das redes de transporte construídas com recursos públicos, como dos bens reversíveis, é uma das principais reivindicações das empresas competitivas.
Moura ressaltou que a transformação digital antecipada em vários setores que resistiam a isso, como o de varejo, indica que a demanda de conectividade não vai diminuir. Mas observa que em muitas regiões ainda há carência de oferta de conectividade, por isso é necessário investimentos programados. “As escolas públicas, por exemplo, ficaram sem conectividade e seus alunos sem aulas virtuais, isso é muito sério”, disse.