O faturamento das pequenas e médias empresas (PMEs) no Brasil registrou um aumento de 8,6% no terceiro trimestre de 2024 em comparação com o mesmo período do ano anterior, conforme divulgado pelo Índice Omie de Desempenho Econômico das PMEs (IODE-PMEs). Esse crescimento representa uma aceleração em relação aos 4,3% observados no primeiro semestre de 2024. O índice, que abrange empresas com faturamento de até R$50 milhões anuais em 701 atividades econômicas, indica que a evolução do mercado de PMEs está intimamente ligada ao fortalecimento da atividade econômica no país.
De acordo com Felipe Beraldi, economista e gerente de Indicadores e Estudos Econômicos da Omie, diversos fatores estão impulsionando essa expansão. “A manutenção do forte consumo das famílias, um mercado de trabalho aquecido e uma política fiscal expansionista têm gerado efeitos significativos no consumo doméstico”, afirma. Apesar do aumento nas taxas de juros, o ciclo modesto de quedas nos juros entre agosto de 2023 e maio de 2024 contribuiu marginalmente para o desempenho de alguns segmentos.
Desempenho setorial das PMEs
O setor de comércio foi o principal responsável pela alta geral, com um crescimento de 15,7% em relação ao ano passado. As PMEs varejistas e atacadistas mostraram resultados positivos, destacando-se setores como Embalagens e Alimentos. No segmento industrial, as PMEs também mantiveram uma trajetória positiva, com aumento de 9% no terceiro trimestre. Beraldi ressalta que “dos 22 subsetores da indústria de transformação, 16 mostraram progresso”. Assim, refletindo um panorama otimista para as atividades de maior relevância, como Equipamentos de Transporte e Móveis.
No setor de serviços, houve uma recuperação após um desempenho modesto no segundo trimestre, com um aumento de 4,0% em relação ao ano anterior. Embora a inflação e a alta das taxas de juros tenham gerado incertezas, o crescimento da renda familiar continua a sustentar o dinamismo de diversas atividades. As PMEs de Infraestrutura, após dois trimestres de retração, também voltaram a mostrar sinais de expansão, com crescimento de 6,5%.
Perspectivas
As projeções para o setor de PMEs permanecem otimistas a curto prazo, com expectativa de crescimento de 6,4% em 2024. Entretanto, para 2025, a previsão é de um crescimento mais modesto de 2,2%, alinhado à desaceleração do PIB brasileiro. Segundo Beraldi, fatores como o aumento da inflação e a retomada das altas nas taxas de juros poderão limitar o consumo e os investimentos nas PMEs, especialmente a partir do segundo trimestre de 2025. “Setorialmente, a alta das PMEs deve continuar concentrada em Serviços e Comércio, enquanto Indústria e Infraestrutura, que dependem mais do crédito, podem ser mais afetados pelas taxas elevadas”, conclui. (Com assessoria de imprensa)