O Índice Omie de Desempenho Econômico das PMEs (IODE-PMEs) indica crescimento de 1,2% no faturamento das pequenas e médias empresas (PMEs) brasileiras em junho de 2024, na comparação com junho do ano anterior. No acumulado do ano, o índice apresenta avanço de 4,3% frente ao primeiro semestre de 2023.
O IODE-PMEs funciona como um termômetro econômico das empresas com faturamento de até R$50 milhões anuais, divididas em 701 atividades econômicas que compõem quatro grandes setores: Comércio, Indústria, Infraestrutura e Serviços. Felipe Beraldi, economista e gerente de Indicadores e Estudos Econômicos da Omie observa que poucas PMEs cresceram no período e aponta para uma relativa perda de ímpeto do segmento no final do primeiro semestre do ano.
Análise por setor
As PMEs da Indústria mantiveram crescimento em junho, com alta de 5,3%. Destaque para as atividades de fabricação e celulose, papel e produtos de papel, fabricação de móveis e impressão e reprodução de gravações.
No comércio, as empresas têm demonstrado uma trajetória de recuperação nos últimos meses, após uma sequência de quatro trimestres desafiadores. Em junho, o setor registrou um crescimento de 1,9% em comparação ao mesmo período do ano anterior. “Este movimento tem sido impulsionado, principalmente, pelo segmento atacadista – que apresentou um aumento significativo de 6,9% na comparação anual”, explica Beraldi.
Já as PMEs do varejo têm enfrentado mais dificuldades em retornar a uma trajetória de crescimento, de acordo com o economista. O segmento recuou e apresentou queda de 1,3% no faturamento de junho. De toda forma, atividades como ‘Lojas de departamentos’ e ‘Varejo de livros’ encerraram o mês em crescimento.
O setor de serviços, por sua vez, reduziu no faturamento real de 1,7% (YoY). “O resultado acende um alerta de possível desaceleração, que deve ser monitorado nos próximos meses, ainda que os segmentos de ‘Atividades financeiras e de seguros’, ‘Atividades de atenção à saúde humana’, ‘Atividades de prestação de serviços de informação’ tenham avançado no mês e contribuído para restringir o recuo recente”, ressalta.
As PMEs do setor de infraestrutura também registraram retração na movimentação financeira, com queda de 4,1% na comparação com junho do ano passado. ‘Serviços especializados para construção’, no entanto, se manteve em destaque positivo, seguindo a tendência já observada nos últimos meses pelo economista.
Beraldi afirmou que, em um contexto marcado pelo aumento de incertezas, como a elevação das expectativas de inflação, espera-se alguma perda de fôlego da atividade econômica doméstica no curto prazo. “Ainda que o resultado de junho aponte certo desaquecimento ante os meses anteriores – especialmente no setor de Serviços –, ainda é cedo para antever que esse movimento seja uma tendência mais duradoura no curto prazo, diante de um contexto de consumo ainda sustentado pelo avanço da renda das famílias”, enfatiza.
Cenário do Rio Grande do Sul
À medida em que os efeitos macroeconômicos das enchentes no Rio Grande do Sul ficam mais claros, dados do IODE-PMEs indicam que está em curso uma recuperação parcial da atividade econômica no estado. Segundo o índice, as PMEs registraram crescimento de 9,7% em junho na margem, recuperando parcialmente a queda vista em maio (-17,0% ante abril).
No Comment