A disputa por 1.200 MHz disponíveis na frequência de 5,9 GHz a 7,1 GHz (conhecida como banda de 6 GHz) entre os fabricantes que defendem a sua destinação para o uso não licenciado e aqueles que defendem para o uso licenciado da 5G foi explicitada hoje, 8, durante as apresentações no Painel Telebrasil 2020. Enquanto a Ericsson, fabricante com origem europeia, sugere que um pedaço dessa banda fique reservado para avaliações futuras sobre a demanda da 5G, a Cisco e a Qualcomm, de origem norte-americana, reivindicaram a necessidade de sua alocação imediata para as tecnologias que usam o espectro não licenciado, como o WiFi, cuja evolução para a ocupação desse espectro foi batizada de WiFi 6E.
Para Paulo Bernardocki, diretor de Soluções e Tecnologia da Ericsson, a faixa de 6 GHz será a última banda média remanescente, e ela é bastante propícia para o adensamento da oferta de banda larga móvel nos centros urbanos. Por isso, ele advoga que não seja totalmente alocada para uso não licenciado. ” Pode-se reservar uma parte desse espectro para avaliações futuras”, defendeu, argumentando que 25% do tráfego fixo sem fio ocorrerá pelas redes do 5G por intermédio da tecnologia FWA.
Já para Giuseppe Marrara, diretor de Relações Governamentais da Cisco, o uso da tecnologia WiFi durante a pandemia teve crescimento vertiginoso e ela exerce um papel fundamental na estabilidade do tráfego 4G e 3G. ” Estima-se que em 2022, 59% do tráfego de dados será off load e que com a 5G será de 71%”, afirmou o executivo.
O tráfego off load é aquele que deixa as redes móveis e circula pelas redes fixas através dos equipamentos de WiFi. Marrara disse ainda que, com a reserva de todo o espectro para frequências não licenciadas, o custo por bit será menor, e o serviço mais barato para o usuário final, já que não demandam pagamento pela ocupação do espectro.
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