Operadora especializada em aplicações de Internet das Coisas (IoT), a britânica WND, que usa a tecnologia Sigfox, já tem rede que cobre 100% das capitais brasileiras, 70% das cidades com mais de 200 mil habitantes e manchas de áreas do interior do país como nos estados do Mato Grosso e Tocantins, entre outros pontos. Foi essa rede e o tipo de conectividade que ela oferece que Fabiano Desebastiani Costa, gerente de Vendas e Desenvolvimento de Negócios da WND Brasil apresentou aos gestores públicos de TI presentes ao 20º Wireless Mundi, realizado hoje, 17, pela Momento Editorial.
“Nós usamos a tecnologia Sigfox, que usa frequência não licenciada. É uma tecnologia apropriada para a transmissão de aplicações de pacotinhos a longa distância que consomem pouca bateria. Essa, para mim, é a sua melhor definição”, disse Costa, para explicar o nicho de mercado onde a WND atua.
Ao contrário das operadoras celulares, que estão oferecendo ao mercado público aplicações em diversos segmentos, como saúde, educação e segurança pública, entre outros, a WND não vende diretamente esses serviços. Ela só cuida da conectividade. A oferta do serviço, do device do usuário para a coleta dos dados e o tratamento dos dados são feitos por meio de parceiros, muitos deles provedores regionais de acesso à internet.
De acordo com Costa, as áreas onde há aplicações mais amadurecidas para a tecnologia Sigfox no país, até porque há maior demanda, são as de utilities (energia, água, gás, etc) e de rastreamento de veículos, cargas e equipamentos. “Mas nada impede que sejam desenvolvidas aplicações para outros segmentos desde que a demanda se apresente”, disse ele, dando exemplos na área da saúde.
Ao responder a questionamentos da plateia, o executivo da WND Brasil explicou que ela não compete com as tecnologias celulares. “Atuamos em um segmento de mercado específico, para aplicações com determinadas características onde apresentamos custo/benefício muito competitivo.”
Também explicou que o fato de a tecnologia usar faixa de frequência não licenciada (a mesma dos radioamadores) e, portanto, sujeita a interferências não traz risco ao sigilo na informação, pois é uma tecnologia que concentra a transmissão em uma faixa muito pequena de forma marcada. Daí seu nome Low Power Wide Area. Além disso, cada dispositivo recebe um ID único com chave criptográfica, o que não permite que seja clonado, e o back end é dotado de protocolos de segurança.