Na rede dos maiores provedores que atuam no Rio Grande do Sul (RS), o número de pessoas sem internet em decorrência das enchentes chegava a 31,8 mil entre segunda-feira, 7, e a manhã desta terça, 8. Parte das empresas esperam a normalização nos próximos dias, mas também estão em alerta quanto à possibilidade das chuvas afetarem novas regiões.
No universo das prestadoras de conexão os números são ainda maiores considerando a falta de energia, seja por questões de segurança para reparos ou por danos na infraestrutura . O Grupo Equatorial tinha 206 mil clientes sem fornecimento até esta segunda. A segunda distribuidora do estado, RGE Sul, soma outras 233 mil residências atingidas.
As prestadoras atuam não só para restabelecer os serviços, mas também transformaram suas equipes em parte da ajuda humanitária nas regiões afetadas (saiba mais abaixo).
Unifique
Entre os cinco maiores provedores regionais, o maior número de clientes afetados é da Unifique, por conta da área de atuação. São cerca de 23 mil clientes sem internet. “ Estes clientes representam 3% do total de acessos da Companhia e 15% dos acessos que a Companhia possui no estado do Rio Grande do Sul”, informa a empresa.
A Unifique conta que já vem trabalhando em reparos na infraestrutura desde setembro de 2023, quando ciclone causou estragos em diversos municípios. “A Companhia vem removendo Pontos de Presença – POPs de áreas suscetíveis a ocorrências, o que minimizou as perdas de equipamentos em POPs neste momento”, complementa. Neste ano, está deslocando equipes de Santa Catarina para auxiliar.
Vero
A Vero afirma que, inicialmente, teve impacto em 31 cidades onde tem operação mas, ao longo dos últimos dias, conseguiu atuar para a resolução dos problemas. “Atualmente, apenas o município de Venâncio Aires está sem conexão, impactando cerca de 1.500 assinantes, com previsão de retorno nesta terça-feira, 7”, informa a provedora. O número representa menos de 1% da base de clientes, graças à colaboração no atendimento.
“Parte desse trabalho tem sido realizado em parceria com outras operadoras, em um clima de cooperação mútua, que se mostra essencial para recuperar a conectividade com rapidez. A empresa inclusive tem discutido com operadoras da mesma região o estabelecimento de um protocolo de cooperação recíproca de operações a campo, para garantir a manutenção e operação das redes de forma adequada”, informa a Vero.
A empresa afirma ainda que conta com geradores funcionando, o que tem sido fundamental para manter a infraestrutura operando nas regiões onde não há energia elétrica.
Os acontecimentos mudaram a rotina da gestão, que agora conta um comitê de gerenciamento de crise, que se reúne diariamente para discutir a situação, bem como as ações a serem tomadas em todas as frentes. Além disso, a empresa está mobilizada em campanhas de arrecadação à população afetada, fornece internet gratuita em um dos abrigos e em todas as suas lojas.
Tecpar
A Brasil Tecpar soma 5,3 mil clientes impactados por impactos das enchentes nas redes da empresa, o que equivale a 0,8% do total de assinantes e 4% da base que a provedora mantém no Rio Grande do Sul.
A empresa conta que há ainda 4,2 mil clientes impactados exclusivamente por falta de energia.
A tragédia no estado faz com que a empresa demande auxílio aos colaboradores, com assistência financeira e psicológica. Para a população, transformou suas unidades em pontos de comunicação emergencial com Wifi gratuito, e também presta apoio de comunicação a locais críticos, como espaços de acolhimento e hospitais.
Osirnet
A Osirnet estima haver cerca de 2 mil clientes sem internet na área mais crítica de sua cobertura, em Teutônia e Estrela, no Vale do Taquari.
“A Osirnet foi afetada com poucos clientes, dá para dizer que em torno de 3%”, conta Vinicios Leitzke, diretor da empresa.
A situação é de alerta. “Existe uma possibilidade de enchente em Pelotas, que é onde a gente tem o maior volume de clientes, então as próximas 24 horas serão decisivas em relação ao número de atingidos”, conta.
A Osirnet também está promovendo campanhas de auxílio à população. Os carros da empresa se tornaram pontos de arrecadação de alimentos e itens de higiene, assim como as lojas instaladas no estado.
A reportagem procurou a MHNET, terceira maior base de clientes entre provedores regionais, mas não obteve resposta.