Por Thyago Monteiro*
A utilização da tecnologia de DWDM (Dense Wavelenght Division Multiplexing) não é novidade no mundo das operadoras, e, pelos provedores de internet, vem crescendo a cada ano como uma excelente alternativa para a ampliação de seus backbones. A tecnologia proporciona a propagação simultânea de diversas informações em diferentes comprimentos de onda de luz sobre um par fibra óptica, cada comprimento de onda transporta seu próprio sinal, que chamamos de canal. O sistema permite multiplexar os canais dentro da fibra, otimizando a capacidade de transmissão de dados a longas distâncias, além de redução considerável de latência.
As vantagens do sistema já são conhecidas pelo mercado. O desafio, no momento, é otimizar o investimento. Hoje, muito se fala sobre custo do bit, que seria um indicador de custo-benefício associado às despesas em bens de capital (Capex), mas é preciso também levar em consideração os custos operacionais (Opex). Alguns fatores relacionados à construção do produto estão ligados a elevados custos operacionais e devem ser considerados como impacto de médio a longo prazos no Opex das redes, como, por exemplo, baixa confiabilidade de hardware e alto consumo por estação.
Hoje em dia, já existem equipamentos no mercado que respondam aos desafios apresentados, que, por meio da integração de camada óptica e elétrica, tornam possível a implementação de um sistema DWDM completo de até 120 canais. São equipamentos que contam com o conceito de placas com funções integradas, com destaque para uma das placas de camada óptica com funcionalidade 5 em 1: capaz de amplificação, supervisão, multiplexação, demultiplexação e detecção de falhas remota. Ainda impressiona pelo fato de ter um comissionamento super-rápido e intuitivo para os técnicos de configuração, é possível configurar um enlace óptico em menos de 10 minutos.
Os custos de aquisição dos equipamentos e implantação da tecnologia DWDM vêm reduzindo a cada ano, e se tornando mais acessíveis. É algo que está ao alcance das operadoras competitivas e provedores regionais. Para que possam atender a demanda crescente dos clientes por banda larga, novos serviços agregados além de um novo modelo de troca de capacidade com outros players, que hoje é baseado em quantidade de canais de transmissão e não apenas em pares de fibra como foi bastante comum no passado.
Distâncias maiores também podem ser percorridas com equipamentos mais avançados e menores. A versão mais atual do mercado de DWDM permite ultrapassar distâncias acima de 100KM, o que traz, além da versatilidade, um grande diferencial competitivo. Outro benefício claro é a fácil integração com outras tecnologias legadas. Um exemplo é a tecnologia de transmissão SDH (Synchronous Digital Hierarchy), ainda utilizada principalmente pelas empresas do setor elétrico, que possuem grandes redes OPGW (Optical Ground wire), através de suas linhas de transmissão por todo o Brasil. Possibilitando sua utilização em conjunto com diversas tecnologias para aumentar a capacidade de sua rede sem a necessidade de investimento em cabeamento óptico.
* CTO da Connectoway
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