Enfrentando aumento de competição em seu próprio território, o ISP tem na economia de tempo na instalação de redes e conquistas de novos clientes a nova fronteira. Pelo menos é o que pode ser constatado no Congresso Nacional da Abrint, que se encerrou neste sábado, 28. Apesar de o quadro econômico estar bem mais adverso, com aumento acelerado da inflação, aumento exponencial das taxas de juros e, também, aumento da inadimplência, quase 15 mil executivos, sua maioria dirigentes de ISPs (internet service providers) passaram pelo congresso da entidade e pelos stands da feira nos três dias de evento, com novas posturas.
Depois da enorme demanda espontânea por banda larga residencial gerada pela pandemia do Covid-19 que provocou crescimentos de 30% a 50% para uma grande parcela dessas empresas, agora, uma nova realidade se impõe, gerada não só por fatores macroeconômicos, como também setoriais, com o aumento da concorrência promovido pelas grandes telcos; e fortalecimento de vários grupos através de M&A.
O provedor médio já acordou para esse novo cenário. ” Os provedores voltaram para a venda porta a porta”, constata Rodrigo Marroni, diretor da MK Solutions, empresa com sede na cidade gaúcha de Santa Cruz do Sul, que também adaptou-se aos novos tempos e deixou de ser apenas uma desenvolvedora de software para se transformar em uma empresa com oferta de mais soluções, buscando no mercado o portfólio complementar ao seu. Com isso, oferece os sistemas de gestão tanto da rede como do cliente.
Componentes
Antes acostumados a trabalhar em territórios que não tinham acesso à qualquer oferta conexão à internet, diferentes ISPs começam a enfrentar o início da competição em suas próprias bases, e o tempo passa a ser um fator primordial para o avanço de suas redes ou proteção de sua base. Para isso, um dos problemas que estão enfrentando é a falta de equipamentos.
Na avaliação de Argemiro Sousa, diretor de negócios da Padtec, os provedores estão agora mais focados em incrementar suas receitas. “A Padtec tem estoque e está conseguindo entregar o que vende, o que, nesse momento, é uma vantagem competitiva muito importante”, afirma.
Outra empresa que afirma não ter problema com os fretes ou lockdown chinês é a fabricante de Twain Edge-Core, que ancorou no país há cinco anos oferecendo equipamentos para conexão de data centers e redes. Criada para produzir o hardware sem o software embutido, um pleito do primeiro comprador, o Facebook, hoje, no Brasil, a empresa fornece também o software, por pleito dos ISPs nacionais. “O ISP daqui não quer perde tempo integrando softwares diferentes”, argumenta Daniel Gonçalves, diretor comercial para a América Latina.
núncios de parcerias importantes também tiveram palco no evento, com a perspectiva de agilizar as entregas para os provedores regionais. Foi assim a parceria anunciada pela OIW, Huawei e AGORA, para um fullfilment logístico de fim a fim. A entrega de conteúdos para além das redes também é um movimento sem volta para esse mercado. Por isso, uma miríade de distribuidores de conteúdo audiovisual estava lá presente, como a DirecTVGo, OléTV, iTTv, Roku. Na direção de mais oferta de valor agregado, a Connectoway anunciou parcerias para a área de segurança, de videomonitoramento com a Hikvision e com a Check Point, de cibersegurança. E a WDC, firme na direção da Technology as a Service (TaaS), com soluções integradas de casas e cidades conectadas.
Redes Externas
Uma demanda que surgiu há dois anos das maiores operadoras de telecomunicações – as redes de FTTH pré-conectorizadas – passa a ser disseminada também para o segmento de ISP. Pelo menos essa é a aposta da fabricante nacional Fibracem. Para a empresa, essa tecnologia – usada para fazer a conexão da última milha à casa do usuário – embora seja mais cara do que as versões anteriores não conectorizadas, traz economia de tempo e permite redução de custos na rede secundária (que se liga ao backbone). “Com a dificuldade de encontrar mão-de-obra qualificada, precisamos desenvolver produtos que tragam sinergia de tempo”, afirma Éric Ribeiro, diretor de Planejamento da empresa.
Já a DPR, também outra fabricante nacional, além de distribuidora dos produtos Nokia, prefere apostar em equipamentos intermediários tanto para redes balanceadas como desbalanceadas. Mas trouxe como quebra de paradigma para o evento um cabo com nove fibras ópticas ao invés das tradicionais oito. “Com essa solução, aumentamos consideravelmente a capilaridade e dobramos a produtividade. A velocidade de instalação é tudo”, afirmou Pedro Serrando, gerente de PD&I da empresa.
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