A Entidade Administradora da Faixa (EAF) – Siga Antenado – responsável pela construção das infovias que compõem a fase atual do projeto Norte Conectado, estuda formas de ampliar a resiliência da infraestrutura, diante dos fatores climáticos. Uma das alternativas em estudo é alterar a topologia dos cabos a serem lançados nas próximas fases.
“O projeto de infovia é uma rede de topologia que a gente chama de ‘topologia em estrela’, ou seja, ela é unifilar. Se tiver um rompimento, o serviço é perdido. […] Então, estamos pensando em soluções alternativas. [Por exemplo], ao invés de lançar um cabo com 24 pares [como é atualmente], lançar dois cabos, com 12 pares cada um”, contou Antônio Parrini, COO da EAF, ao Tele.Síntese.
Parrini participou de debate sobre a implantação e manutenção de cabos subfluviais durante o Futurecom, evento que reúne representantes do setor público e privado nesta semana, em São Paulo. O projeto das infovias apresenta desafios diferentes, por passar por rios que cortam a região Norte do país, com diferentes condições de navegabilidade ao longo do ano.
“O principal desafio é um fator externo, que é o fator climático, a seca. Se um rompimento acontece no mar, por exemplo, você consegue chegar para reparar. Mas se você pega uma seca dessa no Rio Solimões, se romper, para chegar e reparar vai ser muito difícil”, explicou Parrini.
A relevância em estabelecer medidas para a melhoria da robustez da rede impacta na efetividade do projeto. “Como as localidades da região Norte não têm muitas redes, se a nossa rede tiver um rompimento, o serviço para”, exemplificou o COO da EAF.
Monitoramento
Atualmente, o monitoramento da infraestrutura ocorre a partir de parceria com a Padtec. Ela atuará nas Infovias 02, 03 e 04.
A Infovia 03, que liga Belém (PA) a Macapá (AP), foi concluída em junho deste ano. A infovia 02 (de Tefé-AM a Atalaia do Norte-AM) e 04 (de Vila de Moura-AM a Boa Vista-RR), conforme o cronograma inicial, já estariam prontas. No entanto, em decorrência da seca e da demora na emissão do licenciamento ambiental, ainda aguardam melhores condições de navegabilidade para o lançamento dos cabos.
A Padtec monitora os cabos a partir de um centro de gerência instalado em Campinas (SP). A comunicação ocorre via satélite ou pela própria fibra, possibilitando a identificação da localidade de eventuais incidentes na infraestrutura.
O contrato com a Padtec é de dois anos, e a manutenção do monitoramento dependerá da gestão que será repassada ao governo nos próximos anos.
Caso a mudança na topologia se estabeleça, será implementada a partir da Infovia 05, que liga Autazes (AM) a Porto Velho (RO). As próximas rotas passarão nos rios Tapajós, Xingu e Tocantins.
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